Outras leituras

quinta-feira, 5 de setembro de 2024


 

Havia outra complicação a se considerar ao tentar mergulhar fundo no que Einstein acreditava: como ele poderia reconciliar sua crença no determinismo causal do universo com sua exigência de que a humanidade assumisse responsabilidade moral por suas ações? Sua formação científica não lhe deixava dúvidas de que tudo o que acontece no universo é predeterminado por leis naturais e pelo impacto acumulado do que já aconteceu. Isso não deixa espaço para que eventos sejam influenciados pelo livre arbítrio humano e, logo, torna a noção de responsabilidade moral redundante. Em 1932, ele disse à organização Spinoza Society: ‘Os seres humanos não são livres em seus pensamentos, sentimentos e ações, mas sim tão causalmente limitados quanto as estrelas são em seus movimentos.’

Ainda assim, Einstein esperava o melhor das pessoas e, como veremos em seções posteriores deste livro, defendia uma política em que indivíduos fizessem escolhas orientadas pela ética. Embora recusasse a realidade do livre arbítrio, ele reconhecia a utilidade da noção como ferramenta social. No seu ponto de vista, para que a sociedade fosse civilizada, as pessoas deveriam ser obrigadas a assumir responsabilidade pela próprias ações. Eisntein explicou a G.S. Viereck nestes termos: ‘Sei que, filosoficamente, um assassino não é responsável por seu crime, mas prefiro não sentar para tomar chá com ele.’”

 

Albert Einstein (1879-1955) físico teórico nascido na Alemanha, citado por Daniel Smith em Pensando como Einstein

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