“Havia outra complicação a se
considerar ao tentar mergulhar fundo no que Einstein acreditava: como ele
poderia reconciliar sua crença no determinismo causal do universo com sua exigência
de que a humanidade assumisse responsabilidade moral por suas ações? Sua
formação científica não lhe deixava dúvidas de que tudo o que acontece no
universo é predeterminado por leis naturais e pelo impacto acumulado do que já
aconteceu. Isso não deixa espaço para que eventos sejam influenciados pelo
livre arbítrio humano e, logo, torna a noção de responsabilidade moral
redundante. Em 1932, ele disse à organização Spinoza Society: ‘Os seres
humanos não são livres em seus pensamentos, sentimentos e ações, mas sim tão
causalmente limitados quanto as estrelas são em seus movimentos.’
Ainda
assim, Einstein esperava o melhor das pessoas e, como veremos em seções
posteriores deste livro, defendia uma política em que indivíduos fizessem
escolhas orientadas pela ética. Embora recusasse a realidade do livre arbítrio,
ele reconhecia a utilidade da noção como ferramenta social. No seu ponto de
vista, para que a sociedade fosse civilizada, as pessoas deveriam ser obrigadas
a assumir responsabilidade pela próprias ações. Eisntein explicou a G.S.
Viereck nestes termos: ‘Sei que, filosoficamente,
um assassino não é responsável por seu crime, mas prefiro não sentar para tomar
chá com ele.’”
Albert Einstein (1879-1955) físico teórico nascido na Alemanha, citado por Daniel Smith em Pensando como Einstein
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