Notas rápidas (homenagem a G. C. Lichtenberg)

quarta-feira, 4 de março de 2020




"Nada contribui mais para a serenidade da alma, do que não termos qualquer opinião."

(G. C. Lichtenberg)



O auditório do Jair


Todo dia pela manhã, ao sair do Palácio da Alvorada, o presidente Bolsonaro é recebido por pequenos grupos de seguidores, que ficam à espera de uma oportunidade de apertar-lhe a mão ou tirar uma selfie com ele.

Na história humana as pessoas sempre tiveram necessidade de se aproximar de seus ídolos, das pessoas que admiram. Veneram as suas lideranças com um misto de medo e confiança. Em casos extremos renunciam às suas vontades e cegamente seguem o líder, abrindo mão de suas convicções.

Há inúmeros casos na história nos quais tribos, impérios e estados modernos foram levados a ações de todo o tipo, conduzidos por figuras proeminentes. Não interessa aqui saber como se constroem estas lideranças; quais acontecimentos levam ao aparecimento de verdadeiros ou de líderes fabricados. Nem cabe analisar as ações destes líderes; as diferenças, por exemplo, entre Adolf Hitler e Mahatma Gandhi. Também não vem ao caso que tipo de líder Jair Bolsonaro é; o fato é que tem admiração de parte da população.

Pessoas visitam o presidente Bolsonaro em Brasília, na sede do governo. É durante estes encontros com seus admiradores, que Bolsonaro recebe também a imprensa para a entrevista coletiva. Os jornalistas, de diversos veículos e mídias, muitas vezes são surpreendidos pelas reações e palavras agressivas do presidente.

Para o restante do público que foi encontrar o presidente pela manhã, no entanto, o momento é de descontração e divertimento. As reações momentâneas do presidente em nada conseguem embaçar a imagem que seus admiradores fazem dele. Sorrisos, risadas. O líder tem lá as suas idiossincrasias mas é admirado, enquanto os acontecimentos se sucederem e ainda o permitirem. Sempre foi assim.

(Imagem: G. C. Lichtenberg)

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