Notas rápidas (homenagem a G.C. Lichtenberg)

quarta-feira, 11 de março de 2020


"As florestas ficam sempre menores, a madeira diminui, o que faremos? Nos tempos em que acabarem as florestas, certamente poderemos queimar livros, esperando até que novas árvores cresçam"

(G. C. Lichtenberg)  



Meio ambiente: hoje como ontem

A situação do meio ambiente no Brasil continua sem rumo. No plano federal, o Ministério do Meio Ambiente receberá recursos consideráveis, mas até o momento não desenvolveu qualquer plano detalhado sobre o uso a ser dado a estes importantes recursos. Lembremos que o ministério foi desmantelado, tendo vários de seus técnicos demitidos ou transferidos, e departamento completos – como o que acompanhava a questão das mudanças climáticas – desativados.

O Conselho da Amazônia, reinstalado pelo presidente Bolsonaro, e que será presidido pelo vice-presidente Mourão e formado por 14 ministérios, pretende retomar e integrar ações que no passado eram exercidas por outros ministérios de maneira independente. A ideia é boa se funcionar. O que falta saber – e o tempo dirá – se este Conselho terá a agilidade necessária para, através de decisões conjuntas, atuar de maneira rápida em situações como a da derrubada e queima da floresta. Caso permaneça sendo apenas um "conselho", terá pouca utilidade. 

Na área do saneamento a situação continua estagnada. À espera de aprovação do Senado, o novo marco regulatório de privatização desperta muitas críticas. O governo federal e os estaduais, por outro lado, não dispõem de recursos para continuarem com programas de saneamento, que se arrastam desde o primeiro governo Lula. Nos últimos dez anos, os dados sobre o setor praticamente em nada mudaram. Continuamos entre os países com os piores índices de saneamento na América Latina.

A Política Nacional de Resíduos continua sem avançar significativamente, já que a maior parte dos municípios ainda não apresentou seu Plano de Gestão de Resíduos e também não dispõe de recursos para implantar estes planos. O governo federal, como vem fazendo há quase uma década, lava suas mãos e diz que a responsabilidade é dos estados e dos municípios. Alguns setores da iniciativa privada fizeram avanços, mas no geral a situação não evolui. 

Em outras áreas do setor ambiental – solos contaminados, poluição atmosférica, recursos hídricos, comando e controle, etc., a situação também permanece inalterada. Faltam recursos, capacitação, equipamentos e, principalmente, estabelecer prioridades. Até quando?  

(Imagem: G. C. Lichtenberg)


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