Leituras diárias

quarta-feira, 1 de julho de 2020


“A matéria da qual o Universo é feito pode ser eterna – e pode não ser –, mas nós certamente não somos. Pouco importa que nós sejamos a matéria mais refinada no Universo, talvez até a consciência do próprio Universo. Cada um de nós é, na mesma medida, um candidato à extinção, tanto quanto cada trilobito e cada dinossauro, ou tanto quanto os nossos antepassados e descendentes, Pouco importa que sejamos gênios ou estúpidos, honrados ou depravados. Todos nós somos a prole do nada. Pode ser doloroso admitir isso, diriam os sábios, mas a temporalidade final é nosso destino comum: no que se refere ao indivíduo, a não existência supera a existência. E talvez até o Cosmo inteiro. O abismo negro do nada que precede nosso nascimento não é nem um pouco diferente, talvez, daquele que precedeu o Big Bang.” (Eire, pág. 224)


Carlos Eire, Uma breve história da eternidade

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