Jean-Fraçois Lyotard

terça-feira, 14 de outubro de 2025

 


“Com Parsons (Talcott Parsons, sociólogo estadunidense) o princípio do sistema é, se se pode dizer, ainda otimista: corresponde à estabilização das economias em crescimento e das sociedades de abundância sob a égide de um welfare state temperado. Para os teóricos alemães de hoje, a Systemtheorie é tecnocrática, e mesmo cínica, para não dizer desesperada: a harmonia entre necessidades e esperanças dos indivíduos e dos grupos com as funções que asseguram o sistema não é mais do que uma componente anexa do seu funcionamento; a verdadeira finalidade do sistema, aquilo que o faz programar-se a si mesmo como uma máquina inteligente, é a otimização da relação global entre os seus input e output, ou seja, o seu desempenho. Mesmo quando suas regras mudam e inovações se produzem, mesmo quando suas disfunções, como as greves, as crises, o desemprego ou as revoluções políticas podem fazer acreditar numa alternativa e levantar esperanças, não se trata senão de rearranjos internos e seu resultado só pode ser a melhoria da ‘vida’ do sistema, sendo a entropia a única alternativa a este aperfeiçoamento das performances, isto é, o declínio.”

 

Jean- François Lyotard (1924-1998) filósofo, sociólogo e crítico literário francês em O Pós-Moderno

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