“É
lamentável para os homens, e talvez alvissareiro para os tiranos, que os pobres
e os infelizes não tenham o instinto ou o orgulho do elefante, que nunca se
reproduz em cativeiro.”
“É
preciso convir que é impossível viver neste mundo sem representar, de tempos em
tempos, uma comédia. O que distingue o homem honesto do patife é que o primeiro
somente representa caso forçado, e para escapar ao perigo, enquanto o outro se
antecipa a essas ocasiões.”
“O
mundo físico parece obra de um ser poderoso e bom, que foi obrigado a entregar
a um ser malfazejo a execução de uma parte de seu projeto. Porém, o mundo moral
parece ser produto dos caprichos de um diabo que enlouqueceu.”
“Alguém
disse que a providência era o nome de batismo do acaso: algum devoto dirá que o
acaso é o apelido da providência.”
“A
natureza quis que as ilusões fossem para os sábios assim como para os loucos, a
fim de que os primeiros não fossem por demais infelizes por sua própria
sabedoria.”
“Aprendendo
a conhecer os males da natureza, despreza-se a morte. Aprendendo a conhecer os
males da sociedade, despreza-se a vida.”
“Há
séculos em que a opinião pública é a pior das opiniões.”
“Não
existe homem que possa ser, sozinho, tão desprezível quanto uma corporação. Não
existe corporação que possa ser tão desprezível quanto o público.”
“Quando
não se quer ser charlatão, é preciso fugir das tribunas, porque, se subimos
nelas, somos forçados a ser charlatães – senão, a assembleia nos atira pedras.”
“Os
homens deste mundo estão amontoados, enquanto creem estar em sociedade.”
“Vi
homens traírem sua consciência para satisfazerem a um homem que porta um
barrete de magistrado ou uma toga. E depois vocês se espantam com os que trocam
essa consciência pelo barrete ou pela própria toga! São todos igualmente vis, e
os primeiros mais absurdos que os outros.”
“A
sociedade é composta de suas grandes classes: os que têm mais jantares do que
apetite, e os que têm mais apetite do que jantares.”
“Tudo
é igualmente vão nos homens, suas alegrias e suas tristezas. Porém, é
preferível que a bolha de sabão seja dourada ou azulada, em vez de negra ou
cinza.”
Sebastien-Roch-Nicolas de Chamfort (1741-1794) pensador, escritor e aforista francês em Máximas e Pensamentos & Caracteres e Anedotas


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