Notas rápidas (homenagem a G. C. Lichtenberg)

quarta-feira, 12 de setembro de 2018



Incontável


Cada onda no mar é diferente da outra. À primeira vista muitas podem parecer iguais, dependendo da direção e velocidade do vento, da corrente marinha, das condições climáticas... Mas nenhuma onda é igual à outra em toda a sua extensão. É certo que – se levarmos em conta o exato formato de uma onda em todos os seus detalhes – desde o surgimento da Terra e dos oceanos até hoje, não houve nenhuma onda igual à outra, em todo o planeta.

As moléculas dos gases estão em constante movimento e aumentam ou diminuem seu movimento cinético com o crescimento ou a redução da temperatura desse gás. A imensa quantidade de moléculas que existem na atmosfera terrestre, nos permite afirmar que nunca (considerando a duração da Terra) estas moléculas assumirão a mesma disposição de um instante passado ou futuro. Ou seja, no decurso de um tempo finito, o quadro geral da posição de cada molécula em relação às outras nunca se repetirá.

O cérebro humano possui cerca de 100 bilhões de células. Cada uma dessas células pode fazer 10 mil conexões. Sendo assim, o número de conexões possíveis ao cérebro humano é de cerca de 1.000 trilhões, ou seja, 1 quatrilhão (1.000.000.000.000.000) de ligações. (Existem mais conexões possíveis em nossos cérebros do que a soma do número de todas as folhas de todas as árvores da Amazônia). Com essa imensa quantidade de contatos possíveis entre as células do cérebro, é quase impossível que qualquer ser humano – e todas as outras espécies que possuem cérebro ou somente alguns neurônios – sejam exatamente iguais ao longo do tempo de sua existência. Ou seja, é pouco provável que hoje eu seja o que fui na semana passada, e que no mês que vem permaneça igual ao que fui (ou serei) no domingo que vem.

(Imagem: gravura representando G. C. Lichtenberg)

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