Adonias Filho (1915-1990)

domingo, 3 de setembro de 2023


Adonias Aguiar Filho era filho de Adonias Aguiar e de Rachel Bastos de Aguiar, e nasceu em 27 de novembro de 1915 na Fazenda São João, em Itajuípe, antigo Pirangi, vila que pertencia ao município de Ilhéus, no sul da Bahia. Faleceu no Rio de Janeiro em 2 de agosto de 1990. Foi jornalista, crítico literário, ensaísta e romancista da terceira fase do modernismo.

Adonias Filho passou parte da infância na fazenda do pai e, ao chegar à idade escolar mudou-se com a família para Ilhéus, onde cursou o ensino primário no Ateneu Fernando Caldas. Em 1928 matriculou-se no internato do Ginásio Ipiranga, em Salvador, para cursar o nível secundário, no qual era contemporâneo de Jorge Amado. Em 1929 interrompeu os estudos e voltou à fazenda do pai. Nessa época dedicou-se à leitura de Camilo Castelo BrancoJoaquim Manuel de Macedo e José de Alencar, entre outros, e passou a conviver com os trabalhadores da fazendo, conhecendo a vida diária no campo.

Quando chegou aos 15 anos voltou a cursar o Ginásio Ipiranga, em Salvador. Lá participou de conferências, escreveu e publicou artigos no jornal da escola, escreveu crônicas e contos. Aproveitando a biblioteca da instituição leu as obras de Raul PompeiaMachado de AssisEuclides da CunhaOlavo Bilac e Cruz e Sousa. Entre os estrangeiros conheceu as obras de Balzac e Alexandre Dumas, entre outros.

Em 1934 conclui o curso secundário e começa a escrever seu primeiro romance, intitulado Cachaça, cujos originais viria a destruir. É nessa época que começa a participar da Ação Integralista Brasileira, movimento de extrema direita. Viaja por vários estados brasileiros, até fixar-se na cidade do Rio de Janeiro, em 1936, onde trava contato com expoentes do círculo literário católico, como Tasso da SilveiraAndrade MuricyCornélio PennaLúcio CardosoOctavio de Faria e Rachel de Queiroz.

No Rio de Janeiro retoma a carreira jornalística. Colabora com o jornal “Correio da Manhã” e atua como crítico literário no jornal “A Manhã”, fundado pelo escritor Cassiano Ricardo em 1937. No mesmo ano, publicou o livro Renascimento do Homem, baseado na doutrina do movimento integralista. Em 1938 escreve para “O Jornal”, pertencente ao grupo dos Diários Associados e realiza traduções de obras literárias de escritores como George Sand, Robert de Traz e Jacob Wassermann. Inicia a redação do romance Os Servos do Morte, terminado em 1943. Entre os anos 1939 e 1940, atua como crítico literário nos “Cadernos da Hora Presente”, revista integralista fundada por Tasso da Silveira. Em 1944, fundou a Editora Ocidente, que durou pouco. Em 1944 e 1945, escreve para os jornais “O Estado de S. Paulo” e “Folha da Manhã”, de São Paulo, além de dirigir a editora “A Noite”, onde permaneceria até 1949.

Do casamento com Rosa Galeano, em 1945, nascem a filha Raquel, e dois anos depois, o filho Adonias Neto.

De 1954 a 1956 Adonias Filho foi diretor do Serviço Nacional de Teatro e por oito meses dirigiu o Instituto Nacional do Livro. Colaborou no “Jornal de Letras” (1955 a 1960) e no “Diário de Notícias” (1958 a 1960). Em 1962 publica pela Editora Civilização Brasileira o terceiro romance de sua trilogia, Corpo Vivo, escrito desde 1954, que foi um sucesso de crítica.

Adonias Filho apoiou o golpe civil-militar de 1964, no qual teve grande influência e importância, tendo sido cogitado para assumir um cargo no governo, o que não aconteceu. Em janeiro de 1965 foi eleito para a cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras. Seus romances foram traduzidos para o inglês, o alemão, o espanhol, o francês, o japonês e o eslovaco, além de ter três de seus romances adaptados para o cinema.

As principais obras de Adonias Filho incluem: Renascimento do homem ((1937); Tasso da Silveira e o tema da poesia eterna (1940); Servos da Morte (1946); Memórias de Lázaro (1952); Jornal de um escritor (1954); Modernos ficcionistas brasileiros (1958); Cornélio Pena (1960); Corpo vivo (1962); História da Bahia (1963); O bloqueio cultural (1964); Modernos ficcionistas brasileiros, 2ª série (1965); O forte (1965); Léguas da promissão (1968); O romance brasileiro de 30 (1969); Luanda Beira Bahia (1971); Estradas do Brasil (1973); Uma nota de cem (1973); As velhas (1975); Sul da Bahia: chão de cacau (uma civilização regional) (1976); Fora da pista (1978); O Largo da Palma (1981); Auto de Ilhéus (1981); O cidadão e o civismo: educação moral e cívica, suas finalidades (1982); Noites sem madrugada (1983); O homem de branco (1987); Os bonecos de Seu Pope (1989); O menino e o cedro (1993; póstuma)

Coleção Ediouro: A vida de Arquímedes, o maior dos sábios da Antiguidade (1970); Demóstenes, o leão de Atenas (1970); Aristóteles, símbolo da sabedoria humana (1971); Cristóvão Colombo, o descobridor (1971); Júlio César, o senhor do mundo (1971); Napoleão, o filho da Revolução (1971); A vida de Joana D'Arc, a donzela de Órleans (1972); A vida de Sócrates, o mais sábio dos homens (1972); A vida de Ricardo Coração de Leão (1973); A vida de Alexandre, o Grande, o vencedor de heróis (1974); A vida de Leonardo da Vinci, o homem da Renascença (1975); A vida de Miguel Ângelo, o mestre de mestres (1975); A vida de Sêneca, contemporâneo de todas as épocas (1975).

 

 

(Fontes: Wikipedia; Academia Brasileira de Letras)

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