Graciliano Ramos (1892-1953)

domingo, 24 de setembro de 2023

 


Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em Quebrangulo27 de outubro de 1892 numa numerosa família de classe média. Viveu sua infância migrando para várias cidades do Nordeste. Já adulto, fixa residência na cidade do Rio de Janeiro, onde trabalha como jornalista, escrevendo para “O Malho” e “O Correio da Manhã”. Em 1915, com a morte dos irmãos Octacília, Leonor e Clodoaldo e também do sobrinho Heleno, todos vitimados pela epidemia de peste bubônica, retorna à sua região, fixando-se em Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, onde seu pai era comerciante.

Ainda em 1915, casa-se com Maria Augusta Barros, que falece em 1920, deixando-lhe quatro filhos. Em 1927 foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios, cargo que ocupou por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930. Os relatórios da prefeitura que escreveu durante seu mandato, encaminhados à capital federal no Rio de Janeiro, chamaram a atenção de Augusto Frederico Schmidt, editor carioca que o animou a publicar seu romance Caetés (1933).

Durante a maior parte da década de 1930, Graciliano viveu em Maceió trabalhando na Imprensa Oficial, como diretor da Instrução Pública do estado e como professor. Foi nesta década que publicou seu romance São Bernardo (1934). Em março de 1936, sob a acusação de ser militante apoiador da Intentona Comunista de 1935, foi preso pelo governo de Getúlio Vargas. A prisão o inspiraria a escrever duas de suas principais obras;  Angústia (1936) e o texto Baleia, que daria origem a Vidas Secas em 1938.

Nos anos 1940 ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), a convite de seu secretário-geral, Luís Carlos Prestes. Nos anos seguintes realizaria viagens a países europeus, incluindo a União Soviética, em 1952. Além das atividades no setor público e na literatura, Graciliano também atuou como tradutor de obras literárias do inglês e do francês.

Graciliano adoeceu gravemente ainda em 1952, depois de sua viagem. No começo de 1953, foi internado, mas acabou falecendo em 20 de março daquele ano, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão.


Obras de Graciliano Ramos:

Caetés (1933); São Bernardo (1934); Angústia (1936); Vidas Secas (1938); A Terra dos Meninos Pelados (1939); Pequena História da República (1940); Brandão Entre o Mar e o Amor (1942); Histórias de Alexandre (1944); Dois dedos (1945); Infância (1945); Histórias Incompletas (1946); Insônia (1947); Memórias do Cárcere (1953) (obra póstuma); Viagem (1954) (obra póstuma); Linhas Tortas (1962) (obra póstuma); Viventes das Alagoas (1962) (obra póstuma); Alexandre e Outros Heróis (1962) (obra póstuma); Cartas (1980) (obra póstuma); O Estribo de Prata (1984) (obra póstuma); Cartas de amor à Heloísa (1992) (obra póstuma): Garranchos (2012) (obra póstuma); Minsk (2013) (obra póstuma); Cangaços (2014) (obra póstuma); Conversas (2014) (obra póstuma); Luciana (2015) (obra póstuma); O antimodernista: Graciliano Ramos e 1922 (2022) (obra póstuma).

 

Frases de Graciliano Ramos:

Se a única coisa de que o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano.”;

Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício, acho medonho alguém viver sem paixões.”;

Os escritores brasileiros, e falo dos ficcionistas de agora e mesmo os do passado, podem no meu entender ser divididos em duas categorias: os que têm uma 'maneira' de escrever, e são poucos, e os que têm 'jeito', que são alguns mais numerosos. O resto é porcaria.”;

Mas é bom um cidadão pensar que tem influência no governo, embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Eu cultivo a ilusão.”;

Uma parte do brasileiro quer civilizar-se, a outra conserva-se bugre, pintada a jenipapo e urucu; usa enduape e tem saudade da antropofagia.”.

“Quem dormiu no chão deve lembra-se disto, impor-se disciplina, sentar-se em cadeiras duras, escrever em tábuas estreitas. Escreverá talvez asperezas, mas é delas que a vida é feita: inútil negá-las, contorná-las, envolvê-las em gaze.”

 

 

(Fontes consultadas: Wikipedia, Observatório da Imprensa, site Pensador; Revista Estação Literária; Livro: “Linhas Tortas”; site Frasesfamosas)

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