Geneton Moraes Neto (1956-2016)

domingo, 10 de setembro de 2023

 



Geneton Moraes Neto nasceu em Recife (PE) em 13 de julho de 1956 e morreu no Rio de Janeiro em 22 de agosto de 2016. Iniciou sua carreira jornalística em 1972, como repórter do “Diário de Pernambuco”. Entre 1975 e 1980 atuou como repórter da sucursal Nordeste do jornal “O Estado de S.Paulo”, transferindo-se em seguida para a “TV Globo Nordeste”, onde trabalha como repórter e editor. Em janeiro de 1985 muda para o Rio de Janeiro, onde trabalhará na “TV Globo.

Na emissora atuou como editor do “Jornal da Globo” e do “Jornal Nacional”, foi correspondente da “GloboNews” e do jornal “O Globo” na Inglaterra e repórter e editor-chefe do programa dominical “Fantástico”. Em 2010 ganhou o Prêmio Embratel de telejornalismo, por suas entrevistas com os generais Newton Cruz e Leônidas Pires Gonçalves, que ocupavam cargos no governo militar e que foram exibidas no programa Dossiê GloboNews.

Em 2010 dirigiu o documentário Canções do Exílio, exibido no Canal Brasil, com depoimentos de Caetano VelosoGilberto GilJorge Mautner e Jards Macalé, abordando o período em que todos viveram em Londres. Em 2012 foi premiado pela Academia Brasileira de Letras, recebendo a Medalha João Ribeiro, anualmente concedida a personalidades que se destacam na área da cultura.

Geneton também dirigiu os seguintes documentários, produzidos pela GloboNews:  Garrafas ao Mar: a Víbora Manda Lembranças, com entrevistas com o jornalista Joel Silveira, tido como o maior repórter brasileiro; Dossiê 50: Comício a Favor dos Náufragos, com gravações feitas com jogadores brasileiros que enfrentaram o Uruguai na decisão da Copa de 1950, no Maracanã. Em 2015 dirigiu o documentário Cordilheiras no Mar: a Fúria do Fogo Bárbaro, ganhador do Prêmio Especial do Júri no 25º Festival Ibero-americano de Cinema, realizado em Fortaleza. O filme trata da grande polêmica provocada pelo cineasta Glauber Rocha, ao apoiar o projeto de abertura política dirigido pelo ex- presidente e general Ernesto Geisel.

Além disso, Geneton também conduziu várias entrevistas com personalidades, intelectuais e artistas; brasileiros e estrangeiros. Parte desta material encontra-se no site Geneton.com.br.

O jornalista faleceu em 22 de agosto de 2016, deixando esposa, três filhos e quatro netos.

As principais obras publicadas de Geneton incluem: Caderno de Confissões Brasileiras (Editora Comunicarte, 1983); Cartas ao Planeta Brasil (Editora Revan, 1988); Hitler/Stalin: O Pacto Maldito (Editora Record, 1990; em parceria com Joel Silveira); Nitroglicerina Pura (Editora Record, 1992; em parceria com Joel Silveira); O Dossiê Drummond/A Última entrevista do Poeta (Editora Globo - 1994; prefácio de Joel Silveira | edição atualizada: Editora Globo, 2007; prefácio de Paulo Francis); Dossiê Brasil (Editora Objetiva, 1997); Dossiê 50: Os Onze Jogadores Revelam os Segredos da maior Tragédia do Futebol Brasileiro (Editora Objetiva, 2000 | edição atualizada: Editora Maquinária, 2013; prefácio de Mino Carta); Dossiê Moscou (Geração Editorial, 2004; prefácio de Ferreira Gullar); Dossiê Brasília: os Segredos dos Presidentes (Editora Globo, 2005); Dossiê História: um repórter encontra personagens e testemunhas de grandes tragédias da História mundial (Editora Globo, 2007); Dossiê Gabeira (Editora Globo, 2009; prefácio de Ignácio de Loyola Brandão)

 

Frases de Geneton Moraes Neto:

Tenho esta sensação quando entro numa livraria. Noventa e sete por cento dos livros são dispensáveis. O mundo existiria sem eles. Mas os autores precisam escrevê-los. Noventa e oito por cento dos filmes são dispensáveis. O mundo existiria sem eles. Mas os diretores precisam fazê-los. Noventa e nove por cento das coisas que se vêem em tevê são dispensáveis. O mundo existiria sem elas. Mas alguém precisa faze-las. Em resumo: somos todos vítimas da Síndrome de Woody Allen.” (Sobre entrevista com o cineasta Woody Allen)

Em cem por cento dos casos, o que Francis escrevia escapava da chatice generalizada. Francis vivia reclamando de que era preciso criar no Brasil uma tradição: a de uma “prosa clara e instruída”. É o que há em outras culturas: a tradição de uma prosa clara e instruída, uma atividade que, no Brasil, tinha poucos cultores. Aqui, pensam que escrever difícil é escrever bem. Ledíssimo engano.” (Sobre entrevista com o jornalista Paulo Francis)

Ariano tinha sempre muitíssimo a dizer sobre a literatura e o Brasil. Não se trancafiava numa redoma literária. Fazia questão absoluta de intervir no debate cultural brasileiro. Ao longo do tempo, arrebanhou devotos e desafetos. Vai continuar dividindo opiniões.” (Sobre entrevista com o escritor Ariano Suassuna)

“Atenção, arrivistas, subliteratos, emergentes, poetastros, politiqueiros, novos ricos, velhos baianos e poderosos em geral : já podeis respirar aliviados. Porque uma das mais ferinas penas já surgidas sob o sol da ex-Terra de Vera Cruz acaba de confessar, sem pompa nem solenidade : não voltará jamais ao Brasil. Acabou. Já era. Bye,bye Brasil – dessa vez é para sempre .O nome da fera ? Ivan Lessa, claro. A confissão foi feita em Londres.(Que confissão ? Que pompa ? Que Londres ? Que Brasil ? – perguntará, em silêncio, nosso inquieto personagem, enquanto caminha,circunspecto,por suas florestas interiores).” (Sobre entrevista com o jornalista Ivan Lessa)

“Se ‘o futuro é o que os artistas são’, como bem disse outro profeta louco chamado Oscar Wilde, valerá a pena a viagem. Que assim seja.”

 


(Fontes consultadas: Wikipedia; Site Geneton.com.br; Site Pensador)

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