J.C. Ismael (1938 - 2011)

domingo, 26 de novembro de 2023

 

J.C. Ismael (sempre se identificou desta forma) nasceu em 1938 e iniciou sua carreira como jornalista nos anos 1950, trabalhando como repórter e crítico de cinema na imprensa da cidade paulista de São José do Rio Preto. Depois de se formar em direito, passou a atuar como crítico de cinema no jornal “O Estado de São Paulo” e colaborador do “Suplemento Literário”, seguido pelo “Caderno 2”, na edição dominical do jornal.

J.C. Ismael também foi colaborador na revista “Ilustrada” do jornal “Folha de São Paulo”, “Caderno de Sábado” do “Jornal da Tarde” e na revista “IstoÉ”. Escreveu artigos, entrevistas, ensaios e resenhas sempre na área da cultura, onde publicou mais de setecentos artigos.

Também atuou no cinema, onde dirigiu em 1968 o documentário Um Dia na Velhice e produziu diversos curtas-metragens sobre artes plásticas, entre 1978 e 1981; entre os quais o único disponível sobre a obra do artista Samson Flexor. Ainda como jornalista, foi editor do “Dipo”, o caderno de propaganda e marketing do extinto jornal “Diário Popular”.

J.C. Ismael também foi tradutor de obras literárias e editor de antologias das poesias de William Blake e John Donne, sendo autor dos seguintes livros: Cinema e Circunstância (Buriti, 1963); Thomas Merton, o Apóstolo da Compaixão ( T.A. Queiroz, 1984); Alan Watts — A Sagração do Caminho (T. A. Queiroz, 1988); Iniciação ao Misticismo Cristão (Record / Nova Era, 1998); Um ensaio da coletânea Visões do Novo Milênio (Mercuryo, 1999); O Médico e o Paciente – Breve História de uma Relação Delicada (T.A. Queiroz Editor, 2002 e MG Editores, 2ª edição, 2005); e Sócrates e a Arte de Viver (Editora Ágora, 2004).

J.C. Ismael faleceu em 7 de abril de 2011, aos 73 anos, em decorrência de um câncer.

 

Frases de J.C. Ismael:

Não se levar a sério significa questionar constantemente os próprios valores, trocando-os por outros sempre que isso possa enriquecer o conhecimento, mas significa principalmente encarar a vida com humor, transmitindo-o aos que o cercam como antídoto para os inevitáveis sofrimentos do cotidiano. As pessoas mais sábias são as que se conhecem profundamente, e por isso alcançaram a paz interior refletida no sorriso permanente de quem atingiu a sabedoria de não se encarar com seriedade.” (Sócrates e a arte de viver);

À medida que envelhece, (a filósofa Ayn) Rand torna-se uma crítica impiedosa dos romancistas contemporâneos. Relê principalmente Victor Hugo, mas sem abandonar as novelas policiais de Mickey Spillane porque ‘tratam o conflito entre o bem e o mal em termos de branco e preto’: para ela, a tonalidade cinzenta simboliza a relutância dos atos humanos. Nos últimos anos de vida, semi-reclusa no modesto apartamento de Manhattan, seu grande prazer é contemplar o horizonte da amada Nova York: para quem, como ela, razão e fé se excluem, nada supera a imponência dos arranha-céus recortados pelo crepúsculo, metáforas do triunfo da razão e da racionalidade que passou a vida defendendo. (Ayn Rand ou o primado da razão);

Autor de uma dramaturgia aparentemente desengajada, (escritor Oscar) Wilde pretende servir de espelho convexo para mostrar a visão distorcida que a hipócrita aristocracia vitoriana tinha da realidade, subjugada que estava aos seus mesquinhos interesses pessoais e à visão preconceituosa do mundo. Porém, o leitor ingênuo, hipnotizado pelo brilho dos diálogos, parece estar diante de um defensor, e não de um crítico, dessas vidas vazias.” (Oscar Wilde, dândi imortal);

“Quem escreveu uma obra polêmica, que ocupa mais de quarenta volumes, pode sentir-se frustrado? Mas também é possível que o significado de ter uma vida arruinada escape, em casos como esse, às pessoas comuns, cujos assuntos que lhes ocupam a velhice são as doenças reais e imaginárias e as peraltices dos netos. Aragon tem algo que ver com esse estereótipo? Claro que não. Se não estivesse fazendo uma boutade, ele se queixava provavelmente não de ter feito pouco, mas de não ter feito tudo o que desejava. Jamais saberemos e isso pouco importa, mesmo porque falar de uma vida, a partir do seu crepúsculo, seja o de um gênio ou do aposentado entorpecido pelo ócio, só se justifica se esse momento dramático, que precede a chegada das trevas, servir para o batido recurso do flash-back.” (Louis Aragon: cent ans);

“No silêncio aprendemos a fazer distinções. Os que fogem do silencio também fogem das distinções. Não querem ver muito claro, preferem a confusão… A vida não deve ser olhada como uma torrente ininterrupta de palavras, apenas silenciadas pela morte… Como é patético ver que justamente aqueles que falam sem parar são os que nada têm a dizer. A razão da sua loquacidade é uma só: a morte.” (Tomas Merton, o apóstolo da compaixão).

 

(Fontes: Wikipedia; O Estado de São Paulo; Digestivo Cultural; Site da Revista Triplov de Artes e Ciências; Site da UniMünster)

0 comments:

Postar um comentário