Frases de Meio Ambiente

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

 

“Temo que os animais vejam o homem como um ser semelhante a eles, que de uma maneira extremamente perigosa perdeu seu senso comum animal – como o animal insano, o animal risonho, o animal choroso, o animal miserável.”

 

Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão em A Gaia Ciência

Thiago Lucas

(Thiago Lucas/Jornal do Commercio)

Leituras diárias

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

 

“O materialismo dialético e histórico tornou-se o fundamento filosófico dos movimentos socialistas e comunistas em todo o mundo. Ele forneceu uma estrutura para a compreensão não apenas dos sistemas econômicos, mas também das revoluções políticas, das lutas sociais e das mudanças culturais. Sua ênfase nas condições materiais e nas relações de classe conferiu-lhe relevância prática muito além da filosofia acadêmica.

Os críticos, no entanto, contestaram seu determinismo, argumentando que ele reduz a capacidade de ação humana e enfatiza excessivamente os fatores econômicos em detrimento das ideias, da cultura e da escolha individual. Outros apontam que a história nem sempre segue a progressão linear idealizada por Marx e que as revoluções frequentemente surgem de combinações complexas de fatores. Contudo, o materialismo dialético e histórico representa um importante ponto de virada na história da filosofia materialista. Eles mudaram o foco das descrições estáticas do mundo físico para análises dinâmicas da mudança — tanto na natureza quanto na sociedade. Ao fundamentar a história humana nas condições materiais e em suas contradições, Marx e Engels forjaram uma forma de materialismo que permanece central para a teoria política, a crítica econômica e o ativismo social.”

 

“Em termos práticos, uma perspectiva materialista sobre o livre-arbítrio afeta nossa abordagem à justiça e à punição. Se as ações das pessoas são moldadas por sua biologia, ambiente e experiências, então a responsabilidade moral deve levar esses fatores em consideração. Isso não significa eliminar a responsabilidade, mas pode mudar o foco da retribuição para a reabilitação, a prevenção e a compreensão das causas profundas do comportamento prejudicial. Uma ética materialista poderia argumentar que a melhor maneira de reduzir a criminalidade é combater a pobreza, melhorar a educação e fornecer cuidados de saúde mental, em vez de depender exclusivamente de medidas punitivas. O materialismo também reformula a motivação moral. Sem a promessa de recompensa divina ou a ameaça de punição eterna, por que ser moral? Os materialistas frequentemente respondem que a empatia, os laços sociais e o interesse próprio racional fornecem ampla motivação para o comportamento moral. A biologia evolutiva apoia a ideia de que a cooperação e o altruísmo podem ser vantajosos, tanto para os indivíduos quanto para a sobrevivência do grupo. Dessa forma, os próprios instintos morais podem ser compreendidos como produtos da seleção natural.”

 

O Atlas Prático - Materialismo Explicado: Compreendendo a Filosofia da Matéria, da Mente e da Realidade (The Practical Atlas - Materialism Explained: Understanding the Philosophy of Matter, Mind, and Reality)

Nas Nuvens - Aum

 Música brasileira


Aum

Álbum: Belorizonte (1983)

Música: Nas Nuvens



https://www.youtube.com/watch?v=c5nrDd4Nh8Q


Aum foi um grupo instrumental formado por cinco músicos de Belo Horizonte, na década de 80. Nadando contra a corrente, eles faziam um som híbrido, um ‘fusion’ de jazz com rock progressivo que desafiava o desinteressado público ‘new wave’ daquela década. Mesmo assim eles conseguiram chegar ao único LP. Gravaram de maneira independente na Bemol, em 1983.


(Fonte do texto: Site Brazilian Nuggets

(https://brnuggets.blogspot.com/2012/04/aum-belorizonte-1983.html)

Dia Nacional do Livro

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

(Fonte ArtMajeur/Berry Toni)
 

“Há aqueles que não podem imaginar o mundo sem pássaros, há aqueles que não podem imaginar o mundo sem água; ao que me refere, sou incapaz de imaginar um mundo sem livros.”

 

Jorge Luis Borges (1899-1986) escritor e ensaísta argentino

Caco Galhardo

(Fonte: Bicudinho/Caco  Galhardo/Folha)

João Ghelfi (1890-1925)

Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site Wikipedia abaixo:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Ghelfi

Jennifer Michael Hecht

terça-feira, 28 de outubro de 2025

 

“Que pensava Maimônides (filósofo medieval judeu) de Deus? Ele sabia que ‘alguns não reconhecem a existência de um Ser Superior’ e, ao contrário, acreditavam que ‘o estado atual de coisa resulta de uma combinação e separação acidentais dos elementos, não tendo o Universo nem Rei nem Governador’. Essas pessoas, diz ele, são ‘Epicuro com sua escola e filósofos similares’. Mas ele os descarta logo, com um aceno de mão ‘Seria supérfluo repetir as teses deles, pois a existência de Deus foi demonstrada’. Aristóteles estabeleceu-a, e já não há necessidade de preocupar-se com isso: alguém ou alguma coisa ‘pensou’ o mundo, dando-lhe o ser e o movimento. Para a história da dúvida, o ponto crucial aqui é que Maimônides conhecia bem Epicuro, o ateísmo, outros questionadores e a ideia de um mundo regido pelo acaso.

Maimônides foi um mestre da incerteza. Advogava a concepção aristotélica da eternidade do universo e ao mesmo tempo a criação bíblica ex nihilo, e no fim optou por silenciar respeitosamente sobre o assunto. Onde achou ele lugar para a criação bíblica? Aristóteles, explicava ele, baseou a sua conclusão numa analogia entre o mundo que conhecemos e o vasto universo que o tempo, o espaço e as nossas limitações conceituais nos deixam oculto. Não há razão para esperar que ambos sejam tão parecidos a ponto de se identificarem. Maimônides sustentava que Aristóteles estava apenas dando um palpite, coisa que escapou a muita gente. Não é comum que as coisas surjam do nada, mas talvez tenha sido o que aconteceu.”

 

Jennifer Michael Hecht (1965-), filósofa, historiadora, poeta e professora estadunidense em Dúvida, uma história – Os grandes questionadores e seu legado, de Sócrates e Jesus a Nietzsche e Einstein

Pressionar governo e Congresso!

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Outras leituras

 

“Pois o que somos nós além da história que o tempo todo repetimos, editamos e censuramos e embelezamos na nossa cabeça? O ‘eu’ é como o herói de um filme B, que não é afetado pelas tempestades de paixão e intriga que, como um redemoinho, giram ao redor dos créditos iniciais até o fim. O ‘eu’ está mais próximo dos personagens complexos e ambíguos que emergem, se desenvolvem e sofrem ao longo das páginas de um romance. Absolutamente nada há em mim que seja parecido com uma coisa. Sou como uma narrativa que se desenrola.”

 

Stephen Batchelor (1953-), professor e escritor budista em Budismo sem crenças

Essa não poderia faltar

domingo, 26 de outubro de 2025


 Queens Of The Stone Age

God Is In The Radio (2002)

https://www.youtube.com/watch?v=0KUGBt4KFqU&list=PLR4Mc5WNWFxTKuS-3vUwCdn5_lvTM7y06&index=11

Quase nada mudou

Texto publicado originalmente neste blog em 26 de outubro de 2019


Daqui a cinco ou dez anos

sábado, 26 de outubro de 2019
"A melhor forma de expulsar o diabo, se ele não se render aos textos das Escrituras, é zombar dele e ridicularizá-lo, pois ele não suporta o desdém." - Martinho Lutero, citado por C. S. Lewis em Cartas de um diabo a seu aprendiz


Como estaremos daqui a cinco ou dez anos? A pergunta vem sendo feita por diversas pessoas preocupadas com o futuro do país e, principalmente, com seu próprio futuro. Jornalistas, empresários, políticos, intelectuais, pessoas comuns e jovens; por diversas razões e baseados em premissas diversas, todos imaginam o futuro de certa maneira – ou não imaginam nada.

Como estarão as atividades econômicas do país daqui a cinco ou dez anos? A economia conseguirá se recuperar? A indústria se modernizará e automatizará em ritmo crescente? E os postos de trabalho que serão abolidos em toda a economia com a robotização e a automatização?

A nova Previdência, votada pelo Congresso em outubro de 2019, como será recebida pelos trabalhadores? Tendo que trabalhar mais, como farão para manterem seus empregos depois dos 45 ou 50 anos? Como se atualizarão profissionalmente, tendo em vista a constante mudança de tecnologias de um lado, e de outro a quase total falta de apoio na capacitação profissional por parte de empresários e Estado?

O meio ambiente estará mais limpo daqui a cinco ou dez anos? Até lá, com certeza uma parte considerável da população ainda não terá acesso à água tratada – hoje ainda são 30 milhões. O esgoto sanitário igualmente continuará sendo um problema. Se em 2019 mais de 110 milhões de pessoas encontram-se sem acesso ao tratamento de efluentes domésticos, até 2024 ou 2029 a situação certamente não terá sido resolvida. O problema dos lixões clandestinos em centenas de municípios, a baixíssima taxa de reciclagem de materiais e as áreas contaminadas por disposição ilegal de produtos tóxicos igualmente continuará a fazer parte da vida dos cidadãos de muitas regiões.

E a Amazônia, continuará sendo derrubada? Terão aparecido as primeiras áreas de savana, bioma no qual parte da floresta deverá se transformar com a manutenção do atual ritmo de destruição? Nesta condição as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul já começarão a ser afetadas pela diminuição das chuvas, trazidas da Amazônia pelos “rios voadores”.

Como estará a cultura do país, com a crescente redução dos recursos destinados às iniciativas nesta área? Corte de investimentos em atividades teatrais, publicações, cinema, música, pesquisa científica... Aumentará a crescente aversão à cultura, às ciências, o anti-intelectualismo?

Baseado no argumento de que o Estado se concentrará cada vez mais em suas atividades básicas, haverá realmente uma melhora considerável da Educação, da Saúde e da Segurança? Os aparelhos culturais públicos – museus, bibliotecas, clubes, cinematecas, teatros, auditórios, estádios de esportes – serão disponíveis em maior quantidade, atendendo a população?


Ainda são tantas as preocupações em relação aos próximos cinco ou dez anos e que permanecem sem respostas: oferta de empregos, custo de vida, transporte público, áreas de lazer nas cidades, entre vários outros itens que nem sequer mencionamos.

Se, no entanto, daqui a cinco ou dez anos continuarmos a escutar os mesmos discursos cujo principal tema seja o “combate à corrupção!”, “combate à criminalidade!”, “ordem e progresso!” “reforma disso!”, “reforma daquilo!”, saberemos que pouca coisa mudou e que o país continuou parado no tempo.  

(Imagens: pinturas de Juan Gris)

Ler

sábado, 25 de outubro de 2025

(Chaves e "Seu" Madruga)
 Não perca tempo na vida! Leia!

Frases de Meio Ambiente

 

“As mudanças climáticas são um problema porque muito poucos de nós as consideram um problema. E aqueles que as consideram um problema, ou pior, pouco podem fazer a menos que consigam que todos os outros ajam. Ou resolvemos este problema para todos ou não o resolveremos para ninguém.

Isso, em suma, é o que torna as alterações climáticas tão difíceis de solucionar. Uma pessoa, sozinha, pouco pode fazer além de clamar pela aplicação das políticas certas que conduzam os restantes na direção certa. Entretanto, a esmagadora maioria dos 7 bilhões de habitantes do planeta são free-riders (caroneiros). Deixamos andar enquanto for possível deixar andar. Não pagamos pelas nossas ações.”

 

Martin L. Weitzman (1942-2019) e Gernot Wagner, economistas e professores estadunidenses em Choque Climático – As consequências econômicas de um planeta mais quente

Alan Watts

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

 

“Em outras palavras, o verdadeiro ser humano não é um modelo de virtude, um puritano ou santarrão, mas reconhece que algumas faltas são tão necessárias à verdadeira natureza humana quanto o sal ao ensopado. É impossível conviver com pessoas apenas virtuosas, porque não têm senso de humor, não permitem que a verdadeira natureza humana exista e são perigosamente inconscientes de suas próprias sombras. À semelhança de todos os legalistas e intrometidos, tendem a encaixar o mundo num leito procustiano de regulamentos lineares, de forma que se tornam incapazes de fazer acordos razoáveis. Na guerra, lutam até a morte pela rendição incondicional e, em nome do princípio de virtude, destroem um território, quando deveriam simplesmente captura-lo e usufruí-lo com espírito egoísta, mas bem menos danoso. Portanto, é essencial ao wu-wei político não se tentar reforçar leis contrárias à natureza humana e enviar pessoas à prisão por ‘pecados’ ou crimes sem vítimas relutantes. Confiar na natureza humana implica a aceitação de seu lado bom e mau, e é difícil confiar em pessoas que não admitem as próprias fraquezas.”

 

Alan Wilson Watts (1915-1973) filósofo, escritor e palestrante anglo-americano difusor das filosofias orientais em Tao o curso do rio

Mario Savio

quinta-feira, 23 de outubro de 2025


“Há um momento em que o funcionamento da máquina se torna tão odioso, fere tanto o coração, que você não pode mais participar dele, nem mesmo passivamente. E você deve colocar seu corpo nas engrenagens e nas rodas, em todos os mecanismos, e deve detê-los. E deve fazer com que aqueles que os gerenciam, aqueles que os possuem, entendam que, se você não é livre, a máquina será impedida de funcionar.”

 

Mario Savio (1942-1996), ativista estadunidense dos direitos civis e um dos precursores do movimento da contracultura, professor universitário e membro do Free Speech Movement, em discurso proferido em 2/12/64 na Universidade de Berkeley

Laerte

(Fonte: Laerte/Folha de São Paulo)

Música de vanguarda

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

 
György Ligeti






György Sándor Ligeti (1923-2006) foi um compositor húngaro, amplamente considerado como um dos mais notáveis compositores de música erudita do século XX. Sua obra mais famosa é a ópera Le Grand Macabre, mas também peças para grande orquestra como Lontano e Atmosphéres. Também é conhecido por algumas músicas das trilhas sonoras de filmes como 2001: Uma Odisseia no EspaçoThe Shining e Eyes Wide Shut. É preciso que se esclareça que Ligeti não compôs tais músicas como trilhas desses filmes, mas elas foram utilizadas por Stanley Kubrick pelo seu apreço pelo compositor e a extrema adequação entre suas linguagens.

 

(Fonte do texto: Wikipedia)

Cláudio Mubarac (1959-)


Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site Bolsa de Arte abaixo:

https://bolsadearte.com.br/artistas/claudio-mubarac/

Nani

terça-feira, 21 de outubro de 2025

                                                  (Fonte: Nani Humor)

Baião Malandro - Egberto Gismonti

 Música Brasileira


Egberto Gismonti

Álbum: Carmo (1977)

Música: Baião Malandro



https://www.youtube.com/watch?v=qH3R4wE5a60


Egberto Gismonti Amin (Carmo-RJ, 5 de dezembro de 1947) é um multi-instrumentista e compositor brasileiro. Foi incluído na lista 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão (Categoria: "Mestres Acústicos") da revista Rolling Stone Brasil, em 2012. Começou a estudar piano aos cinco anos. Durante a infância e adolescência, seus estudos no Conservatório Brasileiro de Música já incluíam flautaclarineteviolão e piano. Interessou-se pela pesquisa da música popular e folclórica brasileira.

Em 1968, participou de um festival da TV Globo com a canção "O Sonho", defendida pelo grupo Os Três Moraes. Em 1969, partiu para a França, onde estudou música dodecafônica com Jean Barraqué e análise musical com Nadia Boulanger. No mesmo ano, lançou seu primeiro disco, Egberto Gismonti. Também na mesma época, atuava como arranjador e regente da orquestra que acompanhava Marie Laforêt.

Nos anos 1970, Gismonti dedicou-se a pesquisas musicais, voltando-se quase exclusivamente para a música instrumental. Em 1970, no Festival Internacional da Canção, concorreu com “Mercador de Serpentes”. A hesitação das gravadoras brasileiras diante do seu estilo inovador levou-o a procurar selos europeus, pelos quais lançou vários álbuns nas décadas seguintes. O interesse pelo choro levou-o a se dedicar ao violão de oito cordas e à flauta; a curiosidade sobre as possibilidades da tecnologia e a influência da música contemporânea europeia levaram-no aos sintetizadores; a curiosidade em relação ao folclore e às raízes do Brasil levaram-no a estudar a música dos indígenas do Brasil e a morar, por um breve período, com os Iaualapitis do Alto Xingu.

Entre os músicos com os quais colaborou ou que colaboraram com ele, estão Naná Vasconcelos ("Dança das Cabeças", de 1976), Marlui MirandaCharlie HadenJan GarbarekAndré GeraissatiJaques MorelenbaumHermeto PaschoalAirto Moreira e Flora Purim. Entre 1977 e 1993, gravou quinze discos para o selo alemão ECM, dos quais dez foram lançados no Brasil pela BMG em 1995. Por meio de seu selo, Carmo, recomprou seu repertório inicial e é um dos raros compositores brasileiros que são donos do próprio acervo.


(Fonte do texto: Wikipedia)

Jaguar

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

(Fonte: Jaguar)

Renda Básica Universal


 (Fonte: Matt Kenyon/Outras Palavras)

Renda Básica Universal é tema constante nas discussões daqueles que se ocupam com o futuro das sociedades. 

Veja o que o criador do ChatGPT, Sam Altman, descobriu com uma pesquisa realizada entre 2020 e 2023 (publicado originalmente no site UOL, baseado em reportagem do jornal O Estado de São Paulo de 25/07/2024):

Ricardo Antunes e o mundo do trabalho

domingo, 19 de outubro de 2025

Assista a entrevista do prof. Ricardo Antunes (1953-), professor na Unicamp (Universidade de Campinas) e um dos maiores especialistas da sociologia do trabalho no Brasil.

Prof. Antunes fala sobre a situação do trabalhador no Brasil e no mundo. Uma verdadeira aula sobre este tema.

A entrevista foi ao ar no dia 17/10/25 no programa Juca Kfouri Entrevista, no canal da Rede TVT:

https://www.youtube.com/watch?v=wTNdXHHyHV0&t=1828s

Para que educar?

sábado, 18 de outubro de 2025


Christian Laval (1953-) é filósofo e sociólogo francês pesquisador do sistema de ensino e autor de publicações como A escola não é uma empresa; A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal; Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI.

Laval declara: “Esquecemos pelo caminho que a finalidade educativa poderia ser a de construir uma sociedade democrática, com igualdade real e cidadãos capazes de participar da vida coletiva, deliberar e decidir. Esse ideal iluminista, republicano, de formar cidadãos com capacidade de reflexão e crítica, foi descartado para formar o que chamo de ‘homem econômico’, alguém feito essencialmente para a economia.”

“Essa ideia gera uma profunda perda de sentido na educação. Para aqueles com vantagens sociais, o sistema funciona. Mas para as classes populares, a promessa de que a escola lhes trará uma posição melhor não se cumpre, devido à reprodução social. Isso cria uma frustração enorme e uma visão da democracia como algo sem sentido.”

Veja entrevista de Christian Laval publicada pelo site Outras Palavras em 16/10/25, falando sobre o tema da educação:

Outras leituras

sexta-feira, 17 de outubro de 2025


“Adrienne Mayor (historiadora e folclorista estadunidense), em seu envolvente Gods and Robots (Deuses e Robôs, em tradução livre), relata a história contada por Platão sobre a criação dos animais pelos deuses. Ao fazê-los, os deuses relegaram a tarefa de atribuir suas capacidades a dois titãs, Prometeu e Epimeteu. Este, em particular, assumiu com satisfação a tarefa e deu rapidez aos guepardos, uma armadura aos caranguejos e um grande porte aos elefantes. Os humanos, infelizmente, eram os últimos da fila, e quando chegou a vez deles, a prateleira com as qualidades físicas mais desejáveis já estava vazia. Reconhecendo a urgência de equipar os humanos para a vida no mundo inteiro, Prometeu interveio, fornecendo aos humanos linguagem, fogo e tecnologia, todos roubados dos deuses. Uma história adorável e, de fato, não muito distante da visão dos antropólogos; de posse da linguagem, da habilidade de controlar o fogo e da capacidade de fazer equipamentos, os humanos começaram a se diferenciar do restante do reino animal.”

 

Andrew H. Knoll, Uma breve história da terra: 4 bilhões de anos em oito capítulos

Essa não poderia faltar

quinta-feira, 16 de outubro de 2025


 Spooky Tooth

The Wrong Time (1970)

https://www.youtube.com/watch?v=MKIpTokT1cU&list=PL8UfM7ycll7TJkEWJlqQBhAuU9tptpBrP&index=2

Henrique Cavalleiro (1892-1975)


Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site Arremate Arte abaixo:

https://www.arrematearte.com.br/artistas/henrique-cavalleiro-1892

Dia do Professor

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

(Fonte: Blog do Ari Cunha)

Paulo Francis

 

“Quem sou e por que sou? A brasilidade, já disse, me ocupa, coexiste com o resto de mim que é apátrida. Não acredito em nacionalismo e em nação como valor de qualquer espécie. Nação é, quando muito, uma concentração tribal e cultural, intrinsecamente reacionária, por que pressupõe, ainda que em aspiração frustrada, superioridade de um povo sobre o outro, o que é o caminho certo da exploração e tirania. E deixou de fazer sentido quando é óbvio que a economia se tornou multinacional e interdependente, irrevogavelmente. Na melhor das hipóteses, é defesa do fraco, mas que aspira, se possível, a subjugar o forte que o oprime. A História tem se resumido nisso, na prática. Prefiro moralmente o transnacionalismo da Igreja católica e da internacional socialista que, ao menos, em teoria, visa à fraternidade universal.” (Francis, pág. 70 e 71).

 

Paulo Francis (1930-1997), pseudônimo de Franz Paul Trannin da Matta Heilborn, jornalista, escritor, crítico e diretor de teatro brasileiro em O Afeto que se Encerra - Memórias

Jean-Fraçois Lyotard

terça-feira, 14 de outubro de 2025

 


“Com Parsons (Talcott Parsons, sociólogo estadunidense) o princípio do sistema é, se se pode dizer, ainda otimista: corresponde à estabilização das economias em crescimento e das sociedades de abundância sob a égide de um welfare state temperado. Para os teóricos alemães de hoje, a Systemtheorie é tecnocrática, e mesmo cínica, para não dizer desesperada: a harmonia entre necessidades e esperanças dos indivíduos e dos grupos com as funções que asseguram o sistema não é mais do que uma componente anexa do seu funcionamento; a verdadeira finalidade do sistema, aquilo que o faz programar-se a si mesmo como uma máquina inteligente, é a otimização da relação global entre os seus input e output, ou seja, o seu desempenho. Mesmo quando suas regras mudam e inovações se produzem, mesmo quando suas disfunções, como as greves, as crises, o desemprego ou as revoluções políticas podem fazer acreditar numa alternativa e levantar esperanças, não se trata senão de rearranjos internos e seu resultado só pode ser a melhoria da ‘vida’ do sistema, sendo a entropia a única alternativa a este aperfeiçoamento das performances, isto é, o declínio.”

 

Jean- François Lyotard (1924-1998) filósofo, sociólogo e crítico literário francês em O Pós-Moderno

Holoceno ou Antropoceno?

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

(Fonte: Universität Wien) 

As atividades humanas já afetam de tal maneira o planeta que cientistas criaram o termo "Antropoceno" em substituição ao "Holoceno". Não se trata de uma simples questão de semântica, mas de reconhecer que estamos afetando todo o funcionamento da vida na Terra. 

“A humanidade encontra-se hoje numa posição sem precedentes. No espaço de uma única geração humana, espera-se que o ambiente de sustentação da vida na Terra mude mais rapidamente do que em qualquer período comparável da história humana.” (Declaração de uma das porta-vozes do Programa Internacional Geosfera-Biosfera – IGBP).

Leia o artigo "Quem tenta cancelar o Antropoceno?", publicado em 10/10/2025 no site Outras Palavras, que trata do tema:

Jaguar e o Dia da Criança

domingo, 12 de outubro de 2025

(Fonte: Correio Brasiliense/Jaguar/Pasquim)

Wilson Martins (1921-2010)


Assista ao Wilson Martins - A consciência da crítica, documentário sobre a vida do crítico literário jornalista e professor. 

Martins foi um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX, autor entre outras publicações da monumental obra História da Inteligência Brasileira.

Manteve colunas sobre literatura, cultura e crítica literária nos maiores jornais do Brasil, como O Globo, O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil. Foi professor de literatura brasileira na New York University. O documentário está disponível no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=cg54HYgqQyc

O que dizem os jornalistas

sábado, 11 de outubro de 2025

 

Millôr Fernandes (1923-2012), nome artístico de Milton Viola Fernandes, foi desenhista, jornalista humorista, dramaturgo, escritor, poeta e tradutor. Conquistou notoriedade por suas colunas de humor gráfico em publicações como VejaO Pasquim Jornal do Brasil, entre vários outros veículos.

Começou a trabalhar ainda jovem na redação da revista O Cruzeiro, iniciando precocemente uma trajetória pela imprensa brasileira que deixaria sua marca nos principais veículos de comunicação do país. Em seus mais de 70 anos de carreira produziu de forma prolífica e diversificada, ganhando fama por suas colunas de humor gráfico. Em seus trabalhos costumava valer-se de expedientes como a ironia e a sátira para criticar o poder e as forças dominantes, sendo em consequência confrontado constantemente pela censura. Dono de um estilo considerado singular, era visto como figura desbravadora no panorama cultural brasileiro, como no teatro, onde se destacou tanto pela autoria quanto pela tradução de um grande número de peças.

 

Algumas observações de Millôr Fernandes:


O Brasil já está à beira do abismo. Mas ainda vai ser preciso um grande esforço de todo mundo pra colocarmos ele novamente lá em cima.”

Está bem. Deus é brasileiro. Mas pra defender o Brasil de tanta corrupção só colocando Deus no gol.

Grandes advogados conhecem muita jurisprudência. Advogados geniais conhecem muitos juízes.”

Cincoenta por cento dos doentes morrem de médico.”

O cinismo é o máximo de sofisticação filosófica. Só ele aproxima da verdade.”

O chato pro comediante é quando quem ri por último está sentado na primeira fila.”

Os fatos, na verdade, já não acontecem. São fabricados nas poderosas oficinas da comunicação de massa.”

O problema da democracia é que quando o povo toma o palácio não sabe puxar a descarga.”

Estes mortos extraordinários de que estão me falando, decididamente não são os vivos que eu conheci.

Nas noites de Brasília, cheias de mordomia, todos os gastos são pardos.”

O Brasil é o país mais maravilhoso do mundo. Mas o mundo não sabe.

Como é que um monte de indivíduos ignorantes consegue fazer essa coisa formidável chamada sabedoria popular?”

 

(Do livro “A Bíblia do Caos” de Millôr Fernandes)