José Louzeiro (1932-2017)

domingo, 19 de março de 2023

 



José de Jesus Louzeiro nasceu em São Luís, em 19 de setembro de 1932  e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de dezembro de 2017. Foi um escritor, jornalista, roteirista e autor de telenovela brasileiro.

Iniciou sua carreira como estagiário em revisão gráfica no jornal “O Imparcial” em 1948 aos dezesseis anos de idade. Em 1953, se transfere para o Rio de Janeiro, onde foi trabalhar no semanário “A Revista da Semana” e no grupo dos “Diários Associados”. Lá atua como "foca" em “O Jornal”. Também escreveu para os jornais “Diário Carioca”, “Última Hora”, “Correio da Manhã”, “Folha e Diário do Grande ABC” e nas revistas “Manchete” e “Diário Carioca”.

Por mais de vinte anos atuou também como repórter policial. Na literatura, estreou com o conto Depois da Luta, em 1958. No cinema, escreveu os diálogos do filme: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, baseado no romance de sua autoria lançado em 1976 pela editora Civilização Brasileira. Escreveu outros livros sobre casos policiais famosos como o Caso Araceli e o assassinato de Cláudia Lessin Rodrigues. O romance reportagem Aracelli, meu amor, foi censurado durante a ditadura militar a pedido dos advogados dos acusados. Em Carne Viva (1988) traz personagens e situações que lembram as mortes de Zuzu Angel e seu filho, Stuart. Entre os infanto-juvenis: A gang do beijoPraça das dores (um ‘remember’ dos meninos assassinados na Candelária, em 1993), A hora do morcego e Gugu Mania. Em 1997 lança a biografia de Elza Soares, Cantando para não enlouquecer. Logo depois publica O anjo da fidelidade, um estudo da trajetória de Gregório Fortunato, o guarda-costas de Getúlio Vargas.

Em 1968, auge do período ditatorial, ele estava na linha de frente, atuando para unir os escritores em torno de uma causa comum, tornando-se o maior responsável pela existência do Sindicato dos Escritores, como entidade autônoma e independente.

Seus livros são, na maioria, contos biográficos, narrados como romance-reportagem, chegando perto de quarenta publicações. A ele se atribui a introdução no Brasil do gênero literário romance-reportagem, que no exterior tivera como representante Truman Capote, que escreveu A Sangue Frio.

Assinou também o roteiro de dez filmes, sendo quatro deles já populares como Pixote, a Lei do Mais FracoOs Amores da Pantera de Jece ValadãoO Homem da Capa Preta e Amor Bandido, com Paulo Gracindo. José Louzeiro também escreveu telenovelas como Corpo Santo e Guerra sem Fim, na extinta Rede Manchete. Sua telenovela O Marajá, uma comédia baseada no governo de Fernando Collor de Melo, foi proibida de ir ao ar, numa época em que não havia mais censura no Brasil. Depois desse episódio, o autor começou a enfrentar dificuldades para realizar novos projetos na televisão.

Louzeiro faleceu aos 85 anos de causas não reveladas, mas consequentes de doenças que se agravaram em função de diabetes.

Livros de José Louzeiro

Depois da luta (1958); Assim marcha a família (participação em obra coletiva) (1965); André Rebouças (biografia) 1968; Judas arrependido (1968); Acusado de homicídio (1968); Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1975); Aracelli, meu amor (1976); Infância dos mortos – Pixote (1977); Amores da pantera (1977); O estranho hábito de viver (1978); Parceiros da aventura: o filme do brasileiro oprimido (1979); 20º Axioma (1980); Filho do amor (1980); Sociedade secreta (1981); O estrangulador da Lapa: o homem que não podia amar (1981); M-20: a morte do líder ou M-20: As Aventuras do audaz perito Jesuino Conde e do seu intempestivo auxiliar Manga Rosa (1981); O verão dos perseguidos (1983); A gang do beijo (1984); O bezerro de ouro (1986); Devotos do ódio (1987); Em carne viva (1988); Ritinha temporal: um amor de menina que a cidade temia (1991); Praça das dores (1994); Beija-flor o amigo especial (1995); Pink: viagem ao submundo mágico (1995); JK: o otimismo em pessoa (1996); Gugu mania (1996); Villa Lobos: o aprendiz de feiticeiro (1997); Elza Soares: cantando para não enlouquecer (biografia) (1997); Mito em chamas: A lenda do justiceiro Mão Branca (1998); A hora H do padre G (1998); Detetive fora de série (1998); A hora do morcego: Ritinha temporal (1999): Urca: o bairro sonhado (2000); Isto não deu no jornal (2001); A fina flor da sedução (2001); O anjo da fidelidade: A história sincera de Gregório Fortunato (2001); Ana Néry: a brasileira que venceu a guerra (biografia) (2002); Diabetes: inimigo oculto (2007); Luzes da consagração (2008); Vestido de noivo (sobre Nelson Rodrigues) (2010).

 

Frases de José Louzeiro


A esquerda brasileira é burra, não faz alianças. A direita é esperta, se alia e vence as eleições.”; 

E não estudava, nem lia. Os únicos livros que havia lá em casa eram a Bíblia e os almanaques que distribuíam para vender remédio. Esses, a minha avó Dorotéia guardava. Até que um dia meu pai chegou para mim e disse: “Você é um vagabundo, não estuda, não faz nada. O que é preciso para você estudar?”“;

Eu devia ter uns 12 anos, 13 anos, por aí. Os colegas de rua ficaram pensando que eu havia sumido. Comecei a adquirir livros, alguns amigos do meu pai me davam, e comecei a ler. Queria ser alguém, foi interessante. De uma hora pra outra.”;

Ele cortava aquelas tábuas de cedro, fazia as lousas para as crianças. Aos poucos, as pessoas passaram a chamá-lo de “louzeiro”. Então ele trocou o nome de Loureiro para Louzeiro. E hoje eu tenho essa origem que vem de alguma coisa que escrevia, não é?;

Baixou um santo, e até hoje sou um leitor fanático. Não tem televisão, não tem nada que dê jeito. Eu vejo televisão, mas o meu negócio são livros.”;

Agora a filosofia é a seguinte: amealhar e amealhar, enquanto o povo morre de fome. Mas a violência é desencadeada pelos excluídos, e muitos ricos com seus carros importados já não podem sair de casa. Senhoras milionárias usando jóias, nem pensar. Os condomínios sofisticados neste país inteiro são guardados pelos excluídos. Tomara que eles tão cedo não resolvam vingar-se dos seus exploradores.”.

 


(Fontes: Wikipedia; Tiro de letra; Página do escritor e roteirista José Louzeiro; site O Explorador; site Estranho Encontro (entrevista); site Pensador)

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