Rachel de Queiróz (1910-2003)

domingo, 18 de junho de 2023

 


Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, CE em 17 de novembro de 1910 e morreu no Rio de Janeiro, a 4 de novembro de 2003. Foi tradutora, romancista, escritorajornalista, cronista dramaturga brasileira. Rachel era filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família do escritor José de Alencar (1829-1877).

Em 1915, após uma grande seca (sobre a qual escreveria um livro que a tornaria famosa, O Quinze), muda-se com seus pais para o Rio de Janeiro e logo depois para Belém do Pará. Retornou para Fortaleza dois anos depois. Em 1925 Rachel concluiu o curso normal no Colégio da Imaculada Conceição.

Estreou na imprensa no jornal “O Ceará”, após escrever uma carta ridicularizando o concurso Rainha dos Estudantes, promovido pela publicação. A reação foi tão boa que o diretor do jornal, Júlio Ibiapina, a convidou para colaborar com a publicação. Em 1930 lançou seu primeiro romance na forma de folhetim, intitulado História de um Nome.

Aos dezenove anos, ficou nacionalmente conhecida ao publicar O Quinze (1930), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, destacase no desenvolvimento do romance nordestino. A obra foi escrita quando a autora contraiu uma congestão pulmonar e, com suspeita de tuberculose, foi obrigada a ficar em repouso.

Entre 1928 e 1929 Rachel começa a se interessar por política social e ingressa   no Bloco Operário Camponês em Fortaleza, formando o primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro. Em 1933 desentende-se com a direção do partido e se aproxima de Lívio Xavier e de seu grupo, em São Paulo, onde vai morar até 1934. Milita então com Aristides LoboPlínio MelloMário Pedrosa, Lívio Xavier, filiando-se ao sindicato dos professores de ensino livre, controlado naquele tempo pela ala trotskista do partido.

Para fugir da perseguição por ser esquerdista, muda-se para Maceió, em 1935. À época, durante o Estado Novo, viu seus livros serem queimados junto com os de Jorge AmadoJosé Lins do Rego e Graciliano Ramos sob a acusação de serem subversivos. Em 1939, já escritora consagrada, muda-se para o Rio de Janeiro. No mesmo ano foi agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias. Escreveu ainda João Miguel (1932), Caminhos de Pedras (1937) e O Galo de Ouro (1950).

Com o tempo, Rachel foi mudando seu posicionamento político. Chegou a ser convidada para ser ministra da Educação por Jânio Quadros (1961) e apoiou a ditadura militar que se instalou no Brasil em 1964. Integrou o Conselho Federal de Cultura e o diretório nacional da ARENA, partido político de sustentação do regime.

Como jornalista Rachel escreveu crônicas semanais durante trinta anos para a revista “O Cruzeiro” e com o fim desta para o jornal “O Estado de S. Paulo”. Também colaborou com diversos artigos para a revista luso-brasileira “Atlântico”. Autora de destaque na ficção social nordestina, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras em 1977 e a primeira a receber o Prêmio Camões.

As principais obras de Rachel são:

Romances: O Quinze (1930); João Miguel (1932); Caminho de Pedras (1937); As Três Marias (1939); O Galo de Ouro (1950); Dôra Doralina (1975); Memorial de Maria Moura (1992); As Terras Ásperas, O Livro de Contos (1993).

Crônicas: A Donzela e a Moura Torta (1948); Cem Crônicas Escolhidas (1958); O Brasileiro Perplexo (1964); O Caçador de Tatu (1967); Um Alpendre, uma Rede, um Açude (Crônicas Escolhidas); O Homem e o Tempo (Crônicas Escolhidas); As Menininhas e outras Crônicas (1976); O Jogador de Sinuca e mais Historinhas (1980).

Peças de teatro: Lampião (1953); A Beata Maria do Egito (1958); Teatro (1995).

Infanto-juvenil: O Menino Mágico (1969); Cafute e Pena-de-Prata (1986)

Outros: Nosso Ceará, relato (1996) (em parceria com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek); Tantos Anos, autobiografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek); Não me Deixes: Suas Histórias e sua Cozinha, memórias gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek).

Reunidas de ficção: Três Romances (1948); Quatro Romances (1960)


Frases de Rachel de Queiróz:

A vida é uma tarefa que não pode ser dividida com ninguém.”;

A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado.”;

Falam que o tempo apaga tudo. Tempo não apaga, tempo adormece.”;

Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer.”;

Fui tomar satisfação a meu pai sobre esses assuntos do céu: "O povo diz que o céu é la em cima e o inferno é lá embaixo. Mas se a Terra é redonda e tem céu em toda a volta, onde fica o inferno?". Meu pai, meio agnóstico, meio crente, me deu uma palmadinha carinhosa e se saiu: "O inferno é aqui mesmo. Vá brincar!”;

"A piedade supõe uma condição de superioridade e a gente só pode se compadecer de quem sofre mais do que nós.”.

 

 

(Fontes consultadas: Wikipedia; Site Pensador; Academia Brasileira de Letras; Site IMS)

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