Leituras diárias

quinta-feira, 10 de outubro de 2024


 

“A onda militarista que elegeu um capitão em um general do Exército, ambos de extrema direita e com histórico de insubordinação militar, nutriu-se da política de acomodação que orientou o relacionamento entre o poder político e as Forças Armadas na Nova República. Esta acomodação preservou espaços de autonomia militar e não foi capaz de restringir o envolvimento das corporações em assuntos que guardam relação direta com a defesa nacional. É importante enfatizar que a prática de empregar as forças em atividade não militares no país está enraizada em nossa cultura política e é um dos nós mais difíceis de desatarmos nas relações civil-militares. O que a literatura sobre esse tema nos ensina é que quanto maior, mais estreito e rotineiro for o contato das Forças Armadas com autoridades, partidos, movimentos sociais, comunidades vulneráveis, maior é o risco de se envolverem com questões políticas e tentarem influenciá-las.” (Marques & Rezende, pag. 15)

 

Trecho do artigo Desradicalizar as Forças Armadas, de Adriana A. Marques e Lucas P. Rezende, publicado na revista Quatro cinco um – A revista dos livros, número 84

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