“A
onda militarista que elegeu um capitão em um general do Exército, ambos de
extrema direita e com histórico de insubordinação militar, nutriu-se da
política de acomodação que orientou o relacionamento entre o poder político e
as Forças Armadas na Nova República. Esta acomodação preservou espaços de
autonomia militar e não foi capaz de restringir o envolvimento das corporações
em assuntos que guardam relação direta com a defesa nacional. É importante
enfatizar que a prática de empregar as forças em atividade não militares no
país está enraizada em nossa cultura política e é um dos nós mais difíceis de
desatarmos nas relações civil-militares. O que a literatura sobre
esse tema nos ensina é que quanto maior, mais estreito e rotineiro for o
contato das Forças Armadas com autoridades, partidos, movimentos sociais,
comunidades vulneráveis, maior é o risco de se envolverem com questões
políticas e tentarem influenciá-las.” (Marques & Rezende, pag. 15)
Trecho do artigo Desradicalizar as Forças Armadas, de Adriana A. Marques e Lucas P. Rezende, publicado na revista Quatro cinco um – A revista dos livros, número 84
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