Outras leituras

sexta-feira, 18 de outubro de 2024


 

“A capitania de São Vicente é doada a Martim Afonso de Souza. Mas é um ponto de perigo, já que é um porto que fica perto das áreas de domínio espanhol e também próximo ao Rio de Janeiro, onde os franceses se instalaram e os corsários ingleses sempre guerreavam.

Martim Afonso, que vinha na qualidade de Capitão-mor, trouxe 400 soldados e inúmeros canhões, já que ele teria que combater piratas franceses e ingleses invadindo a costa. Três dias após a sua chegada, um grupo de nativos aproximou-se na hora do desembarque, assustando os portugueses que se prepararam para a luta. Foi quando um homem se destacou do grupo dos nativos e foi conversar com o capitão.

Completamente nu, com uma barba respeitável, cabelos grisalhos, ar sorridente apesar de muito sério, começou a falar em bom português, deixando todos pasmos.

- Sou João Ramalho, morando aqui há mais de 20 anos. Sugiro, para todos nós vivermos em paz, que vocês, invasores no conceito dos indígenas, permaneçam na faixa litorânea desde que deixem os índios pescarem sem os molestarem.” (Farah, págs 37 e 38).

 

Alberto Farah, escritor e artista plástico em As jóias da rainha em Itanhaém

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