“A
capitania de São Vicente é doada a Martim Afonso de Souza. Mas é um ponto de
perigo, já que é um porto que fica perto das áreas de domínio espanhol e também
próximo ao Rio de Janeiro, onde os franceses se instalaram e os corsários
ingleses sempre guerreavam.
Martim
Afonso, que vinha na qualidade de Capitão-mor, trouxe 400 soldados e inúmeros
canhões, já que ele teria que combater piratas franceses e ingleses invadindo a
costa. Três dias após a sua chegada, um grupo de nativos aproximou-se na hora
do desembarque, assustando os portugueses que se prepararam para a luta. Foi
quando um homem se destacou do grupo dos nativos e foi conversar com o capitão.
Completamente
nu, com uma barba respeitável, cabelos grisalhos, ar sorridente apesar de muito
sério, começou a falar em bom português, deixando todos pasmos.
-
Sou João Ramalho, morando aqui há mais de 20 anos. Sugiro, para todos nós
vivermos em paz, que vocês, invasores no conceito dos indígenas, permaneçam na
faixa litorânea desde que deixem os índios pescarem sem os molestarem.” (Farah,
págs 37 e 38).
Alberto Farah, escritor e artista plástico em As jóias da rainha em Itanhaém
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