“Por fim, é importante lembrar: nenhum país desenvolvido do mundo isenta dividendos. Todos tributam o lucro na empresa e novamente na distribuição aos acionistas. No OCDE, países que antes isentavam – como Grécia, México e Colômbia – já voltaram atrás. Hoje, além do Brasil, apenas a Estônia e Letônia mantêm essa isenção, mas esses pequenos países do Leste Europeu não devem servir de referência para nós.
Nosso país é dos mais desiguais do mundo e a concentração de renda pelo 0,1% mais rico aumentou significativamente no pós-pandemia. Além disso, estudos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que os super-ricos pagam, em média, apenas 6,5% de sua renda em Imposto sobre Renda da Pessoa Física (IRPF) – justamente por conta da grande parcela de rendimentos isentos.”
Gedeão Locks, doutor em Economia pela Universidade de Paris e Sérgio Gobetti, doutor em Economia pela UnB e pesquisador do Ipea em artigo Mitos e realidade sobre a tributação de dividendos, publicado em 27/08/2025 no jornal Folha de São Paulo


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