Van
der Graaf Generator
House With no Door (1970)
https://www.youtube.com/watch?v=ly7kd9b6wLM&list=RDly7kd9b6wLM&start_radio=1
Online desde 21 de maio de 2010 --- Editor: Ricardo Ernesto Rose
Van
der Graaf Generator
House With no Door (1970)
https://www.youtube.com/watch?v=ly7kd9b6wLM&list=RDly7kd9b6wLM&start_radio=1
“O
tempo, estritamente falando, não existe (exceto o presente como limite), mas é
a ele que estamos sujeitos. Assim é nossa condição. Estamos sujeitos ao que não
existe. Que se trate de uma duração que nos aflige passivamente – dor física,
expectativa, arrependimentos, remorso, medo – ou de tempo manipulado – ordem,
método, necessidade – em ambos os casos aquilo a que estamos submetidos não
existe. Mas nossa submissão existe. Estamos realmente presos por correntes
irreais. O tempo, irreal, encobre todas as coisas – incluindo nós mesmos – de irrealidade.“
(Weil, pág. 77)
“Fazer
um inventário ou uma crítica da nossa civilização, o que isso significa?
Procurar esclarecer de uma maneira precisa a armadilha que tornou o homem
escravo das próprias criações. Por onde a inconsciência se infiltrou no
pensamento e na ação metódicos? A fuga para uma vida selvagem é uma solução
preguiçosa. Devemos redescobrir o pacto original entre espírito e o mundo na
própria civilização em que vivemos. Eis uma tarefa, aliás, impossível de
realizar pela brevidade da vida e pela impossibilidade da colaboração e da
sucessão. Isso não é motivo para não a empreender. Estamos todos em uma
situação análoga à de Sócrates quando esperava a morte na prisão e aprendia a
tocar lira... Pelo menos teremos vivido...” (Weil, pág. 169)
“O
Capitalismo conseguiu a emancipação da comunidade humana em relação à natureza.
Mas essa coletividade assumiu do indivíduo a função opressora antes exercida
pela natureza.” (Weil, pág. 169)
Simone Weil (1909-1943), filósofa, mística e ativista política francesa em A Gravidade e a Graça
Música brasileira
Hamilton de Holanda
Álbum: Mundo de Pixinguinha (2013)
Música: Lamentos
https://www.youtube.com/watch?v=EP8WPzuMpSQ&list=PL8hWLSrswazlsM8I2C7T7R2IPQ1Gyfbcc&index=2
Hamilton
de Holanda Vasconcelos Neto (1976-) é um bandolinista, compositor e
improvisador brasileiro. Nascido em uma família musical, seu primeiro
instrumento, aos quatro anos de idade, foi a melódica. Dois anos depois (1982),
começou sua carreira profissional, aos seis anos de idade, como um prodígio do
bandolim em um programa de TV nacional (Fantástico)
com uma audiência de milhões de pessoas. Hoje, como compositor, improvisador,
líder de banda, a música deste educador transcende os gêneros e encanta o
público.
Seu
primeiro gênero foi o Choro, uma herança cultural brasileira, primo do Jazz.Também
em 2000, um ano emblemático para ele, reinventou o tradicional Bandolim de 8
cordas adicionando um par de cordas graves extras afinadas em Dó (indo de 8 a
10) dando-lhe uma voz mais profunda que emancipa o emblemático brasileiro instrumento
do legado de algumas de suas influências e gêneros.
Ele
interage com outras tradições musicais, conjuntos e instrumentos. Isso permite
que ele seja o solista convidado do Wynton
Marsalis e sua Jazz at Lincon Center
Orchestra, ou executar suas próprias composições com orquestras sinfônicas
de todo o mundo; dos Festivais Rock / Pop ao megashow de Dave Mathews Band no The
Gorge; do lendário palco do Central Park em Nova York aos Jogos Olímpicos
no Rio de Janeiro; dos nobres museus como o Smithsonian em Washington ou o
Grand Palais de Paris até o nosso famoso Carnaval no Rio de Janeiro.
(Fonte do texto: Wikipedia)
“A
história humana é, portanto, história econômica para Marx. Os humanos precisam
satisfazer suas necessidades materiais; portanto, são dependentes das forças de
produção que satisfazem essas necessidades. À medida que a história evolui, as
forças de produção são alteradas pelas necessidades econômicas e mudanças
tecnológicas. O que nunca muda são as necessidades materiais humanas e a luta
ininterrupta entre a classe dominante das elites e a classe trabalhadora pelo
controle das forças de produção. A história é, portanto, a história da luta de
classes.
Marx
disse que a natureza irracional do sistema capitalista causa estranhamento ou
alienação para o trabalhador de quatro maneiras, todas decorrentes do fato de
que, no sistema de produção do capitalismo, o trabalho é externo ao
trabalhador. Quando alguém trabalha para si mesmo, seu trabalho é uma expressão
pessoal. Marx, há mais de 150 anos, estava muito mais familiarizado do que nós
com artesãos independentes que possuíam suas próprias oficinas, produzindo seus
próprios produtos para vender. Marx disse que o trabalho desses indivíduos
pertence à sua natureza intrínseca e que seu trabalho afirma quem eles são. O
oposto é verdadeiro no capitalismo. O trabalho é uma ocupação externa à
natureza intrínseca de cada um. Você vai para o seu emprego e se sente infeliz
porque o trabalho não é uma expressão de quem você é, nem uma atividade que o
desenvolva mental ou fisicamente. Esses fatos causam as duas primeiras formas
de alienação.”
Douglas Giles, professor e filósofo inglês contemporâneo em Marx a Primer (Marx uma introdução)
O debate teve como foco principal a crise climática em seus diversos aspectos ambientais, sociais, econômicos e políticos.
Participaram do debate como moderador o jornalista Jamil Chade (CNN, The Guardian, El Pais, entre outros), o cientista, professor e escritor Sergio Abranches e o economista, filósofo e escritor Eduardo Gianetti.
Veja íntegra do vídeo abaixo:
“Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca.”
Darcy Ribeiro (1922-1997), antropólogo, historiador, sociólogo, escritor e político brasileiro, citado pelo site Pensador
Ready for Love (1972)
https://www.youtube.com/watch?v=HdG_0021ZU0&list=RD0oVdYmURpwQ&index=40
“Thomas
Jefferson considerava impossível qualquer virtude republicana entre as massas
sem a crença em Deus, crença que notoriamente lhe faltava. Podemos contrastar
essa visão dividida com pontos de vista republicanos de Baruch Spinoza, que
considerava que as pessoas comuns viviam mergulhadas na ilusão, mas desejava
esclarecê-las. Spinoza acreditava que as pessoas podiam ser educadas, que seus
desejos eram maleáveis o suficiente para ser remodelados e que seria essa a
tarefa dos filósofos, e não o fomento de medidas consoladoras e ficções
politicamente convenientes.” (Eagleton, pág. 28)
“(...)
Nietzsche exorta os chamados ‘homens superiores’ em A gaia ciência. Não adianta empenhar-se em por a Razão ao alcance
das massas, que sustentam suas crenças sem razão e cujos pontos de vista são,
desse modo, imunes à refutação através dela. O populacho ‘descansa eternamente’
e mal será sacudido por um rosário de argumentos racionais. Melhor deixa-los
cozinhar no caldo da própria ignorância. Pelo menos, provavelmente servirá para
sufocar a rebeldia.” (Eagleton, págs. 29 e 30).
Terry Eagleton (1943-), filósofo e crítico literário britânico em A Morte de Deus na Cultura
“Quanto mais analisamos as relações educador-educandos, na escola, em qualquer de seus níveis (ou fora dela), parece que mais nos podemos convencer de que estas relações apresentam um caráter especial e marcante — o de serem relações fundamentalmente narradoras, dissertadoras. Narração de conteúdos que, por isto mesmo, tendem a petrificar-se ou a fazer-se algo quase morto, sejam valores ou dimensões concretas da realidade. Narração ou dissertação que implica um sujeito — o narrador — e objetos pacientes, ouvintes — os educandos. Há uma quase enfermidade da narração. A tônica da educação é preponderantemente esta — narrar, sempre narrar. Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado, quando não falar ou dissertar sobre algo completamente alheio à experiência existencial dos educandos, vem sendo, realmente, a suprema inquietação desta educação. A sua irrefreada ânsia. Nela, o educador aparece como seu indiscutível agente, como seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é ‘encher’ os educandos dos conteúdos de sua narração. Conteúdos que são retalhos da realidade desconectados da totalidade em que se engendram e em cuja visão ganhariam significação.
A palavra, nestas dissertações, se esvazia da dimensão concreta que devia ter ou se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante. Daí que seja mais som que significação e, assim, melhor seria não dizê-la. Por isto mesmo é que uma das características desta educação dissertadora é a ‘sonoridade’ da palavra e não sua força transformadora. Quatro vezes quatro, dezesseis; Pará, capital Belém, que o educando fixa, memoriza, repete, sem perceber o que realmente significa quatro vezes quatro.
A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em ‘vasilhas’, em recipientes a serem ‘enchidos’ pelo educador. Quanto mais vá ‘enchendo’ os recipientes com seus ‘depósitos’, tanto melhor educador será. Quanto mais se deixem docilmente ‘encher’, tanto melhores educandos serão. Desta maneira, a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador, o depositante. Eis aí a concepção ‘bancária’ da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Margem para serem colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam. No fundo, porém, os grandes arquivados são os homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada concepção ‘bancária’ da educação. Arquivados, porque, fora da busca, fora da práxis, os homens não podem ser. Educador e educandos se arquivam na medida em que, nesta distorcida visão da educação, não há criatividade, não há transformação, não há saber. Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros. Busca esperançosa também.” (Freire, págs. 71 e 73).
Paulo Freire (1921-1997), educador e filósofo brasileiro em Pedagogia do Oprimido
“Cobiçar
a verdade é uma paixão muito distinta. Todo filósofo diz que está buscando a
verdade, mas raramente é esse o caso. Como observou o Sr. Bertand Russell, uma
das razões pelas quais os filósofos não conseguem alcançar a verdade é que
frequentemente não desejam alcançá-la. Aqueles que estão genuinamente
preocupados em descobrir a verdade são geralmente cientistas, naturalistas,
historiadores, e geralmente a descobrem de acordo com sua própria luz. As
verdades que descobrem nunca são completas e nem sempre são importantes, mas
são partes integrantes da verdade, fatos e circunstâncias que ajudam a
preencher o quadro e que nenhuma interpretação subsequente pode invalidar ou
contradizer. Mas os filósofos oficiais são geralmente escolásticos, isto é,
estão absortos na defesa de alguma ilusão adquirida ou de alguma ideia
eloquente. Como advogados ou detetives, eles estudam o caso para o qual foram
contratados, para ver quanta evidência ou aparência de evidência podem reunir para
a defesa e quanto preconceito podem despertar contra as testemunhas de
acusação, porque sabem que estão defendendo prisioneiros suspeitos pelo mundo,
e talvez pelo próprio senso comum, de falsificação. Não cobiçam a verdade, mas
a vitória e a eliminação de suas próprias dúvidas. O que defendem é certo
sistema, isto é, certa visão da totalidade das coisas, da qual os homens são
verdadeiramente ignorantes. Nenhum sistema jamais teria sido forjado se as
pessoas estivessem apenas interessadas em saber o que é correto, seja isso o
que for. O que produz sistemas é o interesse em sustentar, contra todo
arrivista, que certa ideia que preferimos ou que seja hereditária, é suficiente
e correta.” (Santayana, págs. 50 e 51).
George Santayana (1863-1952), filósofo espanhol em La filosofia en América (A filosofia na América).
“O niilismo cósmico afirma a falta de sentido do cosmos, seja no sentido absoluto de negar qualquer inteligibilidade ou estrutura cognoscível, seja no sentido relativo de negar que ele dê qualquer lugar ou suporte aos tipos de significado valorativo e existencial aos quais os seres humanos aspiram. O ditado de Nietzsche ‘Não há fatos, tudo está em fluxo, incompreensível, elusivo; o que é relativamente mais duradouro são nossas opiniões’ (1968:327) dá expressão ao primeiro tipo de niilismo cósmico.
A posição de Mauthner (Fritz Mauthner, filósofo austríaco) também se resume a algo como
niilismo cósmico neste primeiro sentido, porque mesmo que o mundo tenha uma
estrutura inteligível, ela seria para sempre inacessível para nós, por razões
já apresentadas. Ilustra-se aqui uma conexão entre niilismo epistemológico e
niilismo cósmico. Um mundo que não pode, em princípio, ser conhecido é para nós
uma superfície sem sentido.” (Crosby, pág. 26)
Donald A. Crosby (1932-), teólogo e filósofo estadunidense em The Specter of The Absurd – Sources & Criticism of Modern Nihilism (O Espectro do Absurdo – Fontes e Críticas do Niilismo Moderno)
Música brasileira
Naná Vasconcelos
Álbum: Chegada (2006)
Música: Pra lá da Casa de Naná
https://www.youtube.com/watch?v=FtLIbbeF7sE&list=PLsuBPFfNuFPD23zQkmE3jJ3Rpw1a4Dg95&index=8
Juvenal de Holanda Vasconcelos, mais
conhecido como Naná Vasconcelos (1944 —2016), foi um músico brasileiro.
Eleito oito vezes o melhor percussionista do
mundo pela revista americana Down Beat (votação
feita pelos críticos musicais da revista) e ganhador de oito prêmios Grammy (brasileiro
com mais prêmios Grammy), era
considerado uma autoridade mundial em percussão. Não à toa figura na posição 62
da Lista dos 100
maiores artistas da música brasileira pela Rolling Stone Brasil.
Dotado
de uma curiosidade intensa, indo da música erudita do brasileiro Heitor Villa-Lobos ao roqueiro Jimi Hendrix,
Naná aprendeu a tocar praticamente todos os instrumentos de percussão, embora
nos anos 60 tenha se especializado no berimbau.
(Fonte do texto: Wikipedia)
Philip
Morris Glass (1937-) é um compositor estadunidense
e está entre os compositores mais influentes do final do século XX.
A sua música é
normalmente chamada de minimalista, embora ele não aprecie esta
expressão. Muito prolífico, produziu inúmeros trabalhos entre óperas,
sinfonias, concertos, trilhas sonoras para filmes e outros trabalhos em
colaboração com outros músicos.
Entre
as óperas produzidas por Glass encontram-se a muito famosa Akhenaton, onde expressa a vida e morte de um dos maiores faraós do
antigo Egito, Einstein on the Beach,
e Satyagraha (1980) esta última baseada
na vida de Mahatma
Gandhi que inclui diversos mantras. Compôs também a
cantata Itaipu (1989)
referindo-se a usina de mesmo nome que possui texto em guarani.
Também é dele Days and Nights
in Rocinha (1997)
que foi escrita após uma visita de Glass a favela da Rocinha antes do Carnaval.
Glass
compôs trilhas sonoras para diversos filmes, começando por Koyaanisqatsi (1982),
dirigido por Godfrey
Reggio que está entre as trilhas sonoras mais influentes.
Podemos citar também como trabalhos na área de trilha sonora para filmes Mishima (1985), Kundun (1997)
sobre o Dalai Lama,
a trilha sonora dos demais documentários da trilogia Qatsi em Powaqqatsi (1988)
e Naqoyqatsi (2002),
além de O Show de
Truman: O Show da Vida (1998) que usou partes das trilhas
de Mishima e Powaqqatsi e As Horas (2002)
o qual recebeu uma indicação para o Óscar.
Produziu a trilha para os filmes O Ilusionista (2006)
e Notas Sobre um Escândalo (2006), este
último lhe rendendo uma indicação ao Óscar de
melhor trilha sonora.
Além
de trabalhos sinfônicos, Glass também possui fortes ligações com rock e música eletrônica, sendo que o artista de
música eletrônica Aphex Twin já
colaborou com Glass. Vários outros artistas foram influenciados por sua obra
como Mike Oldfield, John Williams e bandas como a Tangerine
Dream. Brian Eno inclusive
confirma a influência que teve de Glass.
(Fonte do texto: Wikipedia)
“Mais
do que nunca veremos que a modernidade é colonial, não só na medida em que não
pode universalizar seu estilo de vida, mas também, pelo modo como, pela
colonização dos corações e mentes, procura instilar a ideia de que é desejável
e, mais ainda, possível todos se europeizarem ou americanizarem. Entretanto,
este estilo de vida só pode existir se for para uma parcela da humanidade
sendo, assim, na sua essência, injusto.”
Carlos Walter Porto-Gonçalves (1949-2023), geógrafo e ambientalista brasileiro em A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização
“O pessimismo jubiloso de Cioran não
encontra páreo no espaço das letras francesas contemporâneas . Pratica-se hoje,
cada vez mais, o pensamento positivo, o discurso ético levado às últimas
consequências, o espírito edificante que instala o indivíduo no horizonte da
pura mediocridade, tornando-o culpável por qualquer atitude que venha do
espírito de rebanho. A barbárie assume novas formas, mais hipócritas e,
portanto, mais perigosas do que a sinceridade de Valéry e Cioran.”
Válcan Ciprian (1973-), filósofo, escritor e ensaísta romeno em Cioran, um aventureiro imóvel: 30 entrevistas
Ludwig Wittgenstein (1889-1951), filósofo austríaco citado por Goodreads
“Basta-me
ouvir alguém falar sinceramente de ideal, de futuro, de filosofia, ouvi-lo
dizer ‘nós’ com um tom de segurança, invocar os ‘outros’ e sentir-se seu
intérprete, para que o considere meu inimigo. Vejo nele um tirano fracassado,
quase um carrasco, tão odioso quanto os tiranos e os carrascos de alta classe.
É que toda fé exerce uma forma de terror, ainda mais temível quando os ‘puros’
são seus agentes. Suspeita-se dos espertos, dos velhacos, dos farsantes; no
entanto não poderíamos atribuir-lhes nenhuma das grandes convulsões da
história; não acreditando em nada, não vasculham nossos corações, nem nossos
pensamentos mais íntimos; abandonam-nos à nossa indolência, ao nosso desespero
ou à nossa inutilidade; a humanidade deve a eles os poucos momentos de
prosperidade que conheceu: são eles que salvam os povos que os fanáticos e que
os ‘idealistas’ arruínam. Sem doutrinas, só possuem caprichos e interesses,
vícios complacentes, mil vezes mais suportáveis que os estragos provocados pelo
despotismo dos princípios; porque todos os males da vida provêm de uma ‘concepção
da vida’. Um homem político completo deveria aprofundar-se nos sofistas antigos
e tomar aulas de canto; e de corrupção...” (Cioran, pág. 13)
E. M. Cioran (1911-1995), filósofo e escritor franco-romeno em Breviário de Decomposição
Jards Macalé em "Contrastes":
https://ricardorose.blogspot.com/2024/08/contrastes-jards-macale.htmlMúsica brasileira
Moacir Santos
Álbum: Coisas (1965)
Música: Coisa Nº 2
https://www.youtube.com/watch?v=mmdxIisJ6Zs&list=PLCkRrnM3b0h6QvGwbRvUU08pqS-DQ2Fd4&index=2
Moacir
Santos (1926 — 2006) foi um arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista brasileiro.
Iniciou sua carreira no sertão pernambucano como integrante de bandas. Na
década de 1940 mudou-se para o Rio de Janeiro, e nessa cidade foi contratado
pela Rádio Nacional. Durante dois anos, morou em São
Paulo, onde regeu a orquestra da TV Record,
voltando logo em seguida para o Rio de Janeiro. Em 1967 mudou-se para Los Angeles, convidado
para a estreia mundial do filme Amor
no Pacífico, do qual havia sido compositor. Estabeleceu moradia fixa na
região de Pasadena, na Califórnia, onde viveu compondo trilhas para o cinema e
ministrando aulas de música.
(Fonte do Texto: Wikipedia)
Professor na Universidade de São Paulo entre 1935 e 1939, Lévi-Strauss realizou diversos estudos antropológicos entre os indígenas brasileiros, que mais tarde foram base de sua teoria estruturalista e antropologia estrutural.
A entrevista está disponível no canal Fernando Eichenberg abaixo:
Cientistas alertam para o fato de que a Amazônia está perto do "ponto de não retorno", quando os danos ao bioma não poderão ser mais revertidos, com várias outras consequências para a região e todo o planeta.
Sobre isso, veja a recente palestra do climatologista Carlos Nobre, realizada durante o seminário Soberania, Inovação e Desafios Nacionais. O vídeo é do canal TV GGN:
“A vida de cada um, portanto, assemelha-se a uma das escaladas de Sísifo ao cume de sua colina, e cada dia a um de seus passos; a diferença é que, enquanto o próprio Sísifo retorna para empurrar a pedra para cima, nós deixamos isso para nossos filhos. Em certo momento, imaginamos que os trabalhos de Sísifo finalmente culminaram na criação de um templo, mas para que isso fizesse alguma diferença, precisava ser um templo que ao menos perdurasse, acrescentando beleza ao mundo pelo resto do tempo. Nossas conquistas, embora muitas vezes belas, são em sua maioria bolhas; e aquelas que perduram, como as pirâmides varridas pela areia, logo se tornam meras curiosidades, enquanto ao redor delas o resto da humanidade continua seu perpétuo carregamento de pedras, apenas para vê-las rolar para baixo. Nações são construídas sobre os ossos de seus fundadores e pioneiros, mas apenas para decair e ruir em pouco tempo, seus escombros tornando-se então a base para outras direcionadas exatamente ao mesmo destino. A imagem de Sísifo é a imagem da existência do homem individual, grande ou desconhecido, das nações, da raça humana e da própria vida do mundo.”
“Se os construtores de uma grande e próspera civilização antiga pudessem, de alguma forma, retornar agora para ver os arqueólogos desenterrando os restos triviais do que outrora realizaram com tanto esforço — ver os fragmentos de potes e vasos, algumas estátuas quebradas e tais símbolos de outra era e grandeza —, eles poderiam, de fato, se perguntar qual era o sentido de tudo aquilo, se era só isso que finalmente se resumia. No entanto, não lhes parecia assim então, pois era apenas a construção, e não o que finalmente foi construído, que dava sentido à sua vida. Da mesma forma, se os construtores da casa e da fazenda em ruínas que descrevi há pouco pudessem ser trazidos de volta para ver o que resta, eles teriam os mesmos sentimentos.”
“Esta
é certamente a maneira de encarar toda a vida — a própria vida, e cada dia e
momento que ela contém; da vida de uma nação; das espécies; da vida do mundo; e
de tudo que respira. Até mesmo os vaga-lumes que descrevi, cujos ciclos de
existência ao longo de milhões de anos parecem tão sem sentido quando
observados por nós, parecerão completamente diferentes para nós se pudermos, de
alguma forma, tentar ver sua existência de dentro. Sua atividade interminável,
que não leva a lugar nenhum, é exatamente o que eles desejam perseguir. Esta é
toda a sua justificativa e significado. Também não seria salvação para os
pássaros que percorrem o globo todos os anos, indo e voltando, ter um lar feito
para eles em uma gaiola com bastante alimento e proteção, para que não
precisassem mais migrar. Você mal respirou pela primeira vez e respondeu à
vontade que havia em você de viver. Você não se pergunta se valerá a pena, ou
se algo de significativo resultará disso, assim como os vermes e os pássaros. O
propósito de viver é simplesmente viver, da maneira que é da sua natureza
viver. Você passa a vida construindo seus castelos, cada um deles começando a
desaparecer no tempo à medida que o próximo se inicia; no entanto, não seria
salvação descansar de tudo isso. Seria uma condenação, e uma que de forma
alguma seria redimida se você pudesse contemplar as coisas que fez, mesmo que
fossem belas e absolutamente permanentes, como nunca são. O que importa é que
você seja capaz de começar uma nova tarefa, um novo castelo, uma nova bolha. Conta
apenas porque está lá para ser feito e você tem a vontade de fazê-lo. O mesmo
acontecerá com a vida de seus filhos e com a dos filhos deles; e se o filósofo tende a ver
nisso um padrão semelhante aos ciclos intermináveis da existência de Sísifo, e
a se desesperar, então é de fato porque o significado e o objetivo que ele
busca não estão lá — mas felizmente assim é. O sentido da vida vem de dentro de
nós, não nos é dado de fora, e excede em muito, tanto em beleza quanto em
permanência, qualquer céu com o qual os homens já sonharam ou desejaram.”
Richard Clyde Taylor (1919-2003), filósofo estadunidense em The Meaning of Life (O Sentido da Vida), em Life, Death and Meaning (Vida, Morte e Sentido) organizado por David Benatar (1966-), filósofo sul-africano.