Redução de emissões mobiliza governo e empresas

sábado, 12 de setembro de 2015
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Em dezembro próximo ocorrerá em Paris a Conferência da Partes (COP-21), que reunirá os países para discussão de um novo acordo climático global. Durante o encontro a Europa, os Estados Unidos e a China apresentarão planos já anunciados para redução de suas emissões, principalmente no setor da geração de energia. O Brasil, colocado entre os grandes geradores de gases de efeito estufa, deverá mostrar ações na redução e gradual eliminação do desmatamento, atividade responsável por cerca de 60% das emissões do país. Segundo o jornal Valor, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comentou que a contribuição do Brasil deverá ser anunciada oficialmente em pouco tempo, "quando a primavera chegar". A estratégia envolve também outros cinco ministérios além do Meio Ambiente; Fazenda, Agricultura, Energia, Relações Exteriores e Planejamento.
O Brasil criará um Fundo para Preservação das Florestas em parceria com a Alemanha, que destinará 32 milhões de euros (R$ 100 milhões) para este projeto. Como parte da iniciativa o governo brasileiro criará a Secretaria das Florestas, com a missão de recuperar este bioma e agilizar a implantação do novo Código Florestal no país. A iniciativa, segundo a ministra do Meio Ambiente, deverá criar um novo setor da economia, ligado à preservação e expansão das florestas naturais. Se bem gerido, o segmento poderá gerar postos de trabalho para especialistas de diversos níveis, além de contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias. Como já aconteceu com a EMBRAPA em relação à agricultura, a iniciativa poderia criar novas tecnologias, específicas no gerenciamento de florestas tropicais.
A aproximação da COP-21 e a formação de um consenso mundial voltado à gradual descarbonização da economia, também está chamando a atenção das empresas. Na "Carta Aberta ao Brasil sobre Mudança de Clima - 2015" um grupo de empresas, líderes em seus setores, pede que o governo brasileiro seja mais ambicioso em seus compromissos de redução de gases de efeito estufa. Assumindo diversos compromissos de redução de emissões - como a eliminação de produtos cuja fabricação envolve desmatamento - as empresas pretendem influenciar o governo em suas decisões sobre o assunto. A redução do impacto ambiental nas atividades econômicas é tema atual mesmo em tempo de crise. Para o grupo de empresas, que reúne marcas como Natura, Samarco Mineração, CPFL, Grupo Libra, Walmart e Intercement, "a recessão econômica não é motivo para reduzir investimentos em sustentabilidade".

A redução das emissões não se limita à redução ou eliminação futura do desmatamento. No setor energético o Brasil também aumentou bastante suas emissões, com a utilização de usinas termelétricas movidas a óleo ou carvão. Aqui cabe explorar o imenso potencial de energias renováveis que o país possui e implantar medidas claras de eficiência energética. O lixo e outros resíduos orgânicos mal geridos também são causadores de emissões de gases, principalmente nas grandes cidades. Apesar disso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), válida desde 2014, ainda não foi implantada na maior parte dos municípios do país. Os veículos automotivos continuam poluindo a atmosfera dos centros urbanos e ainda não existem programas de controle das emissões veiculares. Assim, há muito por fazer no Brasil e é preciso começar.
(Imagens: pinturas de Felix Nussbaum)

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