Fernando Pedreira (1926-2020)

domingo, 29 de janeiro de 2023


 

Fernando Pedreira (Rio de Janeiro3 de março de 1926 - Petrópolis21 de abril de 2020) foi um jornalista e escritor brasileiro. Frequentou o curso de Direito da Faculdade Nacional de Direito (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), porém abandonou o curso no último ano.

Foi militante da União Nacional dos Estudantes (UNE) entre as décadas de 1940 e 1950 junto com Roberto Herbster Gusmão e foi membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Rompeu com os ideais comunistas em 1956, após a Revolução Húngara ter sido suprimido pela União Soviética.

Iniciou sua carreira no jornalismo no jornal “Diário de S. Paulo”, do qual depois se transferiu para o “Ultima Hora”. Estava em Brasília, no dia do golpe militar (1 de abril de 1964). Em 1965 estudou como intercambista na Universidade de Columbia nos Estados Unidos.

Entre os anos de 1971 e 1977 foi diretor-geral do jornal paulista “O Estado de S. Paulo”. Boa parte de sua gestão foi marcada pela censura imposta pela ditadura militar brasileira (1964-1985). Como protesto, no lugar das partes censuradas do jornal colocava grandes trechos de “Os Lusíadas” de Luís de Camões, para o público perceber que o jornal foi censurado. Sempre posicionou-se contra a prisão dos jornalistas presos pelo regime.

Em 1977, decidiu voltar ao Rio de Janeiro e para isso demitiu-se do” Estadão”. Após, sua volta para o Rio, trabalhou como diretor do “Jornal do Brasil”. Trabalhou também para a “Veja” e para “O Globo”.  Em 1995, a convite do então presidente Fernando Henrique Cardoso, assumiu o cargo de Representante Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, permanecendo no cargo até 1999.

Foi casado com Monique Duvernoy por 48 anos e faleceu em Petrópolis em 2020.

Entre seus livros, estão: América, Mito e Violência (1968); A Liberdade e a Ostra (1976); Impávido Colosso (1982); O Quebra-Cabeças (1998); Um Cavalo de Chinelos (1999); Summa cum laude: um ensaio sobre o sentido do século (1999). Em 2016, lançou seu livro de memórias, intitulado Entre a lagoa e o mar lançado pela editora Bem-Te-Vi.


Frases de Fernando Pedreira


Num pais ainda tão pobre, entre massas inumeráveis de uma população frequentemente miserável, criaram-se ilhas fabulosamente ricas, fortemente protegidas nos seus privilégios e vantagens consagrados em lei: burocracias estatais, cartórios profissionais, oligopólios industriais, reservas de mercado.” (Artigo A grande vilania, publicado no jornal O Estado de São Paulo em 4/09/1988);


Sou um tímido, sempre serei. Escondi-me por trás da palavra escrita. Suo muito nas palmas das mãos, demais. Muitas vezes, antes de dar a mão a um interlocutor, um recém-chegado, tento enxugá-la disfarçadamente nas calças, ou na aba do paletó, para ocultar o vexame; às vezes, emudeço, já não sei o que dizer; me torço e retorço por dentro, sem motivo nenhum”. (Trecho do livro de Fernando Pedreira Entre a Lagoa e o Mar – Reminiscências)

 

 

(Fontes: Wikipedia; Site do Jornal Opção; Site do Senado; Jornal O Estado de São Paulo)

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