Judith Cortesão (1914-2007)
quinta-feira, 19 de junho de 2025Juros a 15%!
"Não
tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem a 11,25 %. Não existe
nenhuma explicação econômica, nenhuma explicação inflacionária, não existe nada
a não ser a teimosia do presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto, então presidente da instituição) em manter essa taxa de
juros"
"Porque
esse cidadão, quando ele deixar o Banco Central, ele vai ter que medir o que
ele fez para esse país. Porque, na verdade, o que ele está fazendo nesse
instante é contribuir para o atraso do crescimento econômico desse país"
Declarações do presidente Lula em 11/03/2024 (CNN Online)
O que eles pensam
quarta-feira, 18 de junho de 2025Pobre empresário brasileiro
“O bilionário Ricardo Faria,
conhecido como ‘rei do ovo’, chocou o país ao culpar o Bolsa Família por sua
dificuldade em contratar mão de obra disposta a ganhar salário mínimo limpando
cocô de galinha em tempo integral. Dono da Global Eggs, que produz
13 bilhões de ovos por ano, Faria acredita que o brasileiro médio está mimado
por coisas supérfluas como comida, abrigo e dignidade mínima.”
Publicado no jornal online O Globo Sensacionalista de 17/06/2025
História dos bairros de São Paulo
Conheça a história de vários bairros da cidade de São Paulo. Vale a pena fazer o download do pdf dos livros! Visite a página da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e acesse as monografias no link abaixo:
https://capital.sp.gov.br/web/cultura/w/arquivo_historico/publicacoes/8313
Labels: Antropologia, Artigo técnico, Autores, Ciência, Cultura, Sociologia
Concentração fundiária no Brasil
terça-feira, 17 de junho de 2025Labels: Artigo técnico, Assim se vive no Brasil, Economia, Gestão de recursos, Política
Eugene Thacker
segunda-feira, 16 de junho de 2025
“O
mundo é humano e não humano, antropocêntrico e não antropomórfico, às vezes até
misantrópico. Indiscutivelmente, um dos maiores desafios que a filosofia
enfrenta hoje, reside em compreender o mundo em que vivemos como um mundo
humano e não humano – e em compreendê-lo politicamente. Por um lado, estamos
cada vez mais e mais conscientes do mundo em que vivemos como um mundo não
humano, um mundo exterior, um mundo que se manifesta nos efeitos das mudanças
climáticas globais, dos desastres naturais, da crise energética e da extinção
progressiva de espécies em todo o mundo. Por outro lado, todos esses efeitos estão
ligados, direta e indiretamente ao nosso viver como parte deste mundo não
humano. Portanto, a contradição está embutida neste desafio – não podemos
deixar de pensar no mundo como um mundo humano, em virtude do fato de que somos
nós, seres humanos, que o pensamos.
Embora
possa haver alguma verdade nisso, o mais importante é como todas essas lentes
interpretativas – mitológicas, teológicas, existenciais – têm como pressuposto
mais básico uma visão do mundo como um mundo centrado no ser humano, como um
mundo ‘para nós’ como seres humanos, vivendo em culturas humanas, governado por
valores humanos. Embora a Grécia clássica reconheça, é claro, que o mundo não
está totalmente sob controle humano, ela tende a personificar o mundo não
humano em seu panteão de criaturas humanoides e seus deuses excessivamente
humanos, eles próprios governados por inveja, ganância e luxúria.
O
mesmo pode ser dito da estrutura cristã, que, embora também personifique o
sobrenatural (anjos e demônios; um Deus paternal, ora amoroso ora abusivo),
reformula a ordem do mundo dentro de uma estrutura moral-econômica de pecado,
dívida e redenção em uma vida após a morte. E a estrutura existencial moderna,
com seu imperativo ético de escolha, liberdade e vontade, diante dos
determinismos científicos e religiosos, acaba restringindo o mundo inteiro a um
vórtice solipsista e angustiado do sujeito humano individual.”
“Ao
longo de sua vida, Schopenhauer permaneceu igualmente insatisfeito com a
meticulosa construção sistemática de Kant, assim como com o romantismo
naturalista de Fichte, Schelling e Hegel. Se quisermos realmente pensar sobre o
mundo como ele existe em si mesmo, diz Schopenhauer, precisamos desafiar as
premissas mais básicas da filosofia. Estas incluem o princípio da razão
suficiente (tudo o que existe tem uma razão para existir), bem como a
desgastada dicotomia entre o eu e o mundo, tão central para a ciência empírica
moderna. Temos que considerar a possibilidade de que não haja razão para algo
existir; ou que a divisão entre sujeito e objeto seja apenas o nosso nome para
algo igualmente acidental que chamamos de conhecimento; ou, um pensamento ainda
mais difícil, que, embora possa haver alguma ordem para o eu e o cosmos, para o
microcosmo e o macrocosmo, é uma ordem absolutamente indiferente à nossa
existência e da qual podemos ter apenas uma consciência negativa. O máximo que
podemos fazer, observa Schopenhauer, é pensar essa persistência do negativo.
Ele usa o termo Vorstellung (representação;
ideia; concepção) para descrever essa consciência negativa, uma consciência do
mundo como o concebemos (seja por meio da experiência subjetiva ou por meio da
representação estética), ou do mundo como nos é apresentado (seja por meio do
conhecimento prático ou da observação científica). Seja como for, o mundo
continua sendo o mundo-para-nós, o mundo como Vorstellung. Existe algo fora disso?
Logicamente,
deve haver, visto que todo positivo precisa de um negativo. Schopenhauer chama
esse ‘quase-inexistente e estranho’ de Wille
(vontade; impulso; força), um termo que designa menos a volição ou ação de uma
pessoa individual e mais um princípio abstrato que permeia todas as coisas,
desde as entranhas da Terra até o conjunto de constelações – mas que em si não
é nada.”
Eugene Thacker, filósofo, escritor e professor estadunidense contemporâneo em In the Dust of this Planet (2011) - (Na poeira
deste planeta, sem tradução para o português)
Leituras diárias
domingo, 15 de junho de 2025“Portanto,
é preciso observar que, ao tomar um Estado, o usurpador deve examinar
atentamente todos os danos que é necessário infligir e fazê-los de uma só vez,
para não ter que repeti-los diariamente; e assim, não perturbando os homens,
ele poderá tranquilizá-los e conquistá-los para si por meio de benefícios.
Aquele que faz o contrário, por timidez ou mal conselho, é sempre compelido a
manter a faca na mão; nem ele pode confiar em seus súditos, nem estes podem se
apegar a ele, devido a erros contínuos e repetidos. Pois o mal deve ser feito
todo ao mesmo tempos, para que, sendo menos sentido, fica menos; os benefícios
devem ser dados aos poucos, para que seu sabor dure mais.
E
acima de tudo, um príncipe deve viver entre seu povo de tal maneira que nenhuma
circunstância inesperada, seja boa, seja má, o faça mudar; porque se tal
necessidade surgir em tempos difíceis, será tarde demais para medidas duras; e
as suaves não ajudarão, pois serão consideradas impostas, e ninguém se sentirá
obrigado a nada com elas.” (Maquiavel, págs. 77 e 78).
Nicolau
Maquiavel
(1469-1527) diplomata, filósofo, historiador e escritor italiano em O Príncipe.
Aldous Huxley (1894-1963)
sábado, 14 de junho de 2025Veja entrevista (legendada) do filósofo e escritor inglês Aldous Huxley, autor de vários livros que se tornaram clássicos, como Filosofia Perene, As portas da percepção, Sem olhos em Gaza, A Ilha, entre outros.
A entrevista tem como tema principal sua obra Admirável mundo novo, que trata da liberdade e de fatores que a colocam em risco nos Estados Unidos e no mundo.
O vídeo está disponível no canal abaixo:
Labels: Autores, Cultura, Filosofia, Filósofos, Sociologia
A frase do dia
sexta-feira, 13 de junho de 2025“Se observarmos os timoneiros, os
médicos e os filósofos na vida, consideraremos o homem como a mais sábia das
criaturas vivas. Mas quando se vê intérpretes de sonhos e adivinhos junto com
aqueles que acreditam neles, ou pessoas que estão cheias de vaidade e riqueza,
deve-se pensar que não há nada mais tolo do que o homem.”
Diógenes de Sinope, o Cínico (403-321 aec), filósofo cínico grego, citado por Diógenes Laércio (180-240 ec) historiador e biógrafo romano em Vida e Doutrina dos Filósofos Ilustres
Ler!
quinta-feira, 12 de junho de 2025Vicente do Rego Monteiro (1899-1970)
Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site Google Arts & Culture abaixo:
Outras leituras
quarta-feira, 11 de junho de 2025“A propaganda aproveitava a brecha e
atacava, nos jornais. ‘Contra a influenza espanhola o melhor remédio é o
Quinado Constantino’; ‘Mentholatum — poderoso preservativo contra a espanhola’;
‘Comunicam do Rio de Janeiro que muitas pessoas se têm libertado da influenza
graças ao uso do preparado Odorana’; ‘A gripe espanhola já nos visitou e agora
o melhor meio de prevenir-se contra a infecção consiste em higiene rigorosa e
contínuas desinfecções com Creolisol’; ‘Srs. Médicos, na convalescença da gripe,
o melhor tônico é o Vanadiol. Age com rapidez no levantamento de forças’; ‘Influenza
espanhola — este novo flagelo que infelizmente começa a assolar o Brasil só
poderá ser combatido com as eficazes e conhecidas Pílulas Sudoríficas de Luiz
Carlos’. Correu o boato de que cachaça prevenia a doença. Daí que: ‘Todos os
médicos aconselham como o melhor preservativo a caninha do Ó com limão, mais
conhecida com o nome de batida. A melhor e mais pura caninha do Ó é a da marca
Caipira, da qual são únicos depositários Fratelli Guidi, telefone 1837 Central,
a quem devem ser feitos os pedidos imediatamente, a fim de evitar de ser
atacados dessa terrível influenza’. Mais exótica ainda era a ideia de que o
automóvel Torpedo seria capaz de velocidade tão grande que não daria
oportunidade ao vírus de atacar os passageiros. Outro pouso seguro seria ‘Poços
de Caldas — a Suíça brasileira — altitude 1200 metros — A esta estância a gripe
espanhola não atinge’. Se a incidência da doença era alta, a letalidade, até o
fim de outubro, era baixa. O Serviço Sanitário insistia nesse ponto, para
tranquilizar a população, e os jornais o secundavam. ‘Basta, como resistência à
moléstia, tomar, com rigor, as poucas e fáceis precauções aconselhadas pelos
médicos da cidade’, advertiu O Estado de S . Paulo.”
Roberto Pompeu de Toledo (1944-) jornalista e escritor brasileiro em Dias de medo e morte: a Gripe Espanhola em São Paulo
Privatização das escolas públicas
terça-feira, 10 de junho de 2025Labels: Assim se vive no Brasil, Economia, Gestão Pública
Voto no mesmo
segunda-feira, 9 de junho de 2025Vale a pena
domingo, 8 de junho de 2025Vale a pena assistir a esta live neste domingo. Dois grandes analistas e pensadores da realidade brasileira:
Vladimir Safatle, filósofo, professor, músico e psicanalista;
José Kobori, economista, professor, investidor e empresário.
O link do canal Kritikê Podcast está logo abaixo:
Labels: Autores, Cultura, Economia, Filosofia, Filósofos, Sociologia
Leituras diárias
sábado, 7 de junho de 2025“Tanto
na poesia de Gonçalves Dias quanto na prosa de José de Alencar, nossa grandeza
nacional se deve à beleza de nossa terra. Ao produzirem essa indistinção entre
natureza e história, esses dois autores neutralizaram o campo da política, neutralizaram
o processo histórico, deixando difícil a percepção da violência, da exploração,
do extermínio como projetos de dominação. O campo político — para a gente entender
o que isso significa — se torna natural, é naturalizado. E, com isso, não
podemos ser cidadãos de um país, mas habitantes de uma terra. Daí a ideia de exílio,
daí a ideia de não pertencimento, porque não somos parte da construção política
do país; não temos interferência como agentes do nosso processo histórico. As
heranças são inúmeras, tanto na nossa tropicalidade cultural quanto numa
reprodução perversa de um certo conformismo político. Se a gente prestar
atenção no nosso hino nacional, que tem também uma forte herança romântica e a
herança desses escritores, fica muito evidente o quanto a noção que a gente tem da
grandeza do nosso país conflui com a grandeza da nossa natureza. Se tudo aquilo
que a gente constrói já nos foi dado, se tudo aquilo que a gente tem no país já
nos foi dado, então para que interferir? É dessa maneira que as formas
conformistas vão se configurando entre nós: não porque tivemos isso como uma
escolha, mas porque essa formação ideal vai se introjetando de geração em
geração.”
Thais Toshimitsu, Pensando com a literatura: quatro clássicos brasileiros
O Medo - Banda Concreto
Música brasileira
Concreto
Álbum: Aquele que tem (2001)
Música: O Medo
https://www.youtube.com/watch?v=-xgqPml48vA
A banda Concreto foi fundada em Belo Horizonte no ano de 1994. A banda é formada por Marcelo Loss (voz e baixo), Túlio de Paula (voz e guitarra), Adriano Fidélis (guitarra) e Teddy Almeida (bateria). No início de 2020 a banda Concreto anunciou pelas suas redes sociais o término das atividades da banda, pondo fim a uma história iniciada em 1994 e que gerou 3 EPs, 2 DVDs, 4 álbuns, além de diversas participações em coletâneas e shows por todo o país e mundo afora.
(Fonte:
Site Whiplash.Net - Rock e Heavy Metal e
Site da banda Concreto)
Miguel Nicolelis (1961-)
sexta-feira, 6 de junho de 2025Dia Mundial do Meio Ambiente
quinta-feira, 5 de junho de 2025A frase do dia
“O
sol nasce para todos. A sombra, para quem é mais esperto.”
Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo do jornalista, escritor e compositor Sérgio Marcus Rangel Porto – 1923-1968), citado pelo site Incrível.
Frases de Meio Ambiente
quarta-feira, 4 de junho de 2025“É o mundo capitalista, regido pela
lógica do dinheiro. E o que ocorre é que o mundo estabelecido pela lógica do
lucro — que inclui de devastações ecológicas até a guerra — está totalmente
alienado, separado dos desejos das pessoas, que prefeririam talvez coisas mais
simples... Assim, as áreas verdes são entregues à especulação imobiliária, os
índios perdem suas terras porque gado é melhor para a economia que índio, as
terras vão-se transformando em desertos de cana, enquanto que rios e mares
viram caldos venenosos, e os peixes bóiam, mortos...”
Rubem Alves (1933-2014), teólogo, psicanalista, escritor e educador brasileiro, citado no site Pensador
Só para o 1%
terça-feira, 3 de junho de 2025Essa não poderia faltar
segunda-feira, 2 de junho de 2025Antonio Poteiro (1920-2010)
Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site do Instituto Antonio Poteiro abaixo:
Leituras diárias
domingo, 1 de junho de 2025“O capital é uma formidável máquina de reificação. Desde a Grande Transformação de que fala (o sociólogo austro-húngaro) Karl Polanyi, isto é, desde que a economia capitalista de mercado se autonomizou, desde que ela, por assim dizer, se ‘desinseriu’ da sociedade, ela funciona unicamente segundo as suas próprias leis, as leis impessoais do lucro e da acumulação. Supõe, ressalta Polanyi, ‘ingenuamente a transformação da substância natural e humana da sociedade em mercadorias’, graças a um dispositivo, o mercado autorregulador, que tende, inevitavelmente, a ‘quebrar as relações humanas e a aniquilar o hábitat natural do homem’. Trata-se de um sistema impiedoso, que lança os indivíduos das camadas desfavorecidas ‘sob as rodas mortíferas do progresso, esse carro de Juguernaut’.
Max Weber já havia admiravelmente captado a lógica ‘coisificada’ do capital na sua grande obra Economia e Sociedade: ‘A reificação (Versachlichung) da economia fundada na base da socialização do mercado segue totalmente a sua própria legalidade objetiva (sachlichen). O universo reificado (versachlichte Kosmos) do capitalismo não deixa espaço algum para uma orientação caritativa...’ Weber daí deduz que a economia capitalista é estruturalmente incompatível com critérios éticos: ‘Em contraste com qualquer outra forma de dominação econômica do capital, devido ao seu caráter impessoal, não poderia ser eticamente regulamentada. [...] A competição, o mercado, o mercado de trabalho, o mercado monetário, o mercado das mercadorias, numa palavra, considerações objetivas, nem éticas, nem antiéticas, mas simplesmente não éticas... ordenam o comportamento no ponto decisivo e introduzem instâncias impessoais entre os seres humanos referidos’. No seu estilo neutro e não engajado, Weber pôs o dedo no essencial: o capital é intrinsecamente, pela sua essência, ‘não ético’.
Na raiz dessa incompatibilidade, encontramos o fenômeno da quantificação. Inspirado pela Rechenhaftigkeit — o espírito de cálculo racional de que fala Weber — o capital é uma formidável máquina de quantificação. Só reconhece o cálculo das perdas e dos lucros, as cifras da produção, a medida dos preços, dos custos e dos ganhos. Submete a economia, a sociedade e a vida humana à dominação do valor de troca da mercadoria, e da sua mais abstrata expressão, o dinheiro. Esses valores quantitativos, que se medem em 10, 100, 1.000 ou 1.000.000, não conhecem nem o justo, nem o injusto, nem o bem, nem o mal: dissolvem e destroem os valores qualitativos, e, em primeiro lugar, os valores éticos. Entre os dois, há a ‘antipatia’, no sentido antigo, alquímico, do termo: falta de afinidade entre duas substâncias.” (Löwy, págs. 57 e 58).
Michael Löwy (1938-), sociólogo e pensador marxista brasileiro em O que é ecossocialismo?
Outras leituras
sábado, 31 de maio de 2025“Deste
retrato podemos tirar importantes lições filosóficas que são de relevância e
valor para nós, que, apesar de tantos séculos de evolução cultural e apesar de inúmeros
avanços na ciência e tecnologia, permanecemos em grande parte tão
intelectualmente densos e moralmente corruptos quanto as criaturas ‘menos que
humanas’ entre as quais Diógenes viveu, e para quem ele reservou alguns de seus
comentários mais cáusticos e devastadores. Nem no reino das ideias, nem no
tecido moral da sociedade, nem em assuntos nacionais ou internacionais, nem, de
fato, em qualquer área da existência humana, fizemos qualquer progresso além do
mundo em que ele viveu. Podemos até dizer que a estagnação cultural e moral é a
maneira correta de descrever o curso da história humana desde a época em que,
carregando uma lâmpada acesa em plena luz do dia, ele andou de costas pelas
ruas de Atenas em busca de um verdadeiro ser humano.”
“Assim,
fora de si mesmo, o desejo de Diógenes era empreender a demolição do mundo com
relação às suas leis, costumes, tradições e normas morais, porque ele também,
como Schopenhauer (filósofo alemão do século XIX), deve ter chegado em um ponto
ou outro à conclusão inquietante de que ‘o mundo está falido em todos os lados
e que a vida é um negócio que não cobre seus custos’. Se Diógenes tivesse
conhecimento da avaliação pessimista de Schopenhauer sobre o mundo, ele não
teria discordado. Ele poderia ter abraçado a conclusão de Schopenhauer, de que
mesmo que o mal do mundo fosse cem vezes menor do que é, sua própria existência
seria suficiente para convencer qualquer pessoa de mente aberta de que sua
inexistência seria preferível à sua existência, pois é, sem dúvida, ‘algo que
no fundo não deveria ser’. Aqueles que acham o mundo algo digno de louvor ou
que se felicitam por terem nascido nele são intelectualmente cegos ou
moralmente perversos. O pessimismo de Diógenes e o de Schopenhauer derivam, no
entanto, de diferentes raízes filosóficas e revelam duas orientações
ideológicas diferentes, embora, em suas manifestações externas, fossem
igualmente intensas e cáusticas.”
“Nem
convenções, nem tradições, nem crenças religiosas, nem normas socialmente
sancionadas tinham qualquer valor para os sofistas, nem, podemos acrescentar,
para Sócrates. Com eles, surgiu a necessidade de fazer uma distinção nítida
entre o nomos - o domínio
transitório e mutável dos costumes humanos - e o logos — a racionalidade que distingue ou deveria distinguir
os seres humanos de todas as outras criaturas terrestres. Essa distinção, já
reconhecida por alguns dos pré-socráticos como (o filósofo) Heráclito, compeliu
os sofistas a questionar a santidade e a infalibilidade tanto das leis
positivas promulgadas pelos governos, seja em tiranias ou em democracias,
quanto das convenções pelas quais as pessoas se guiam. Normas e valores sociais
— nomisma (moeda de ouro grega) que o oráculo de Delfos ordenou que Diógenes
desfigurasse — eram, do ponto de vista dos sofistas, apenas invenções
convenientes fabricadas pelas classes dominantes para manter as pessoas sob
sujeição. Elas não eram nada além de regras artificiais convertidas pela
inércia da falta de pensamento humano em princípios naturais imutáveis, como
aprendemos com os fragmentos de Crítias. Para ele, até mesmo a crença em deuses
se enquadra nessa categoria. As leis humanas, portanto, tinham pouco valor para
os sofistas, e a obediência cega a tais leis revelava, segundo eles, o estado
de sonolência e inconsciência que caracteriza, como (o filósofo) Herátomo e os
cínicos insistiam, a maioria das pessoas. O ponto para eles era, então, ser
despertado desse sono e recuperar a posse da própria mente individual como a
única fonte de seus valores — uma ideia socialmente perigosa, sem dúvida, e um
prelúdio político ao anarquismo, como o Sócrates platônico sugere no (diálogo
de Platão) Críton. Em última análise, é a única solução disponível para
qualquer um que tenha contemplado, mesmo por um momento, como Diógenes poderia
ter dito, a insanidade do mundo humano. Assim, os sofistas eram rebeldes
filosóficos que reconheciam a vacuidade de seu mundo e que propunham soluções,
talvez extravagantes, levando a uma postura de individualismo hedonista, ou,
como com (o filósofo) Trasímaco, a uma rejeição de todos os valores morais, ou
simplesmente a uma retirada do mundo social e político, que foi precisamente a
influência que eventualmente afetou (o filósofo) Pirro e os céticos, e, através
de Antístenes, também Diógenes.”
Luis E. Navia, filósofo e professor estadunidense em Diogenes the Cynic: The war against the world (Diógenes o Cínico: a guerra contra o mundo)
Enquanto isso, no país que é um dos maiores produtores de alimentos do planeta...
sexta-feira, 30 de maio de 2025Essa não poderia faltar
quinta-feira, 29 de maio de 2025A frase do dia
quarta-feira, 28 de maio de 2025“A
vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de
longe.”
Charles (Spencer) Chaplin (1889-1977), ator, cineasta e compositor inglês citado por Goodreads
Moda do Bonde Camarão - Inezita Barroso
terça-feira, 27 de maio de 2025Música brasileira
Inezita Barroso
Álbum: Clássicos da Música Caipira Vol. 2 (1972)
Música: Moda do Bonde Camarão
https://www.youtube.com/watch?v=HC7HvjHmIXA&list=RDHC7HvjHmIXA&start_radio=1
Inezita
Barroso, nome artístico de Ignez Magdalena
Aranha de Lima (São Paulo, 4 de março de 1925 – São Paulo, 8 de março de 2015), foi cantora,
atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora e apresentadora
de rádio e televisão. Em 1950, ingressou na Rádio Bandeirantes e apresentava-se
em recitais no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), Cultura Artística e Colombo.
No mesmo ano gravou a célebre interpretação da música Moda da Pinga,
de Ochelsis
Laureano e Raul
Torres. Em 1954 gravou os sambas Ronda,
de Paulo
Vanzolini e Estatutos da Gafieira, de Billy Blanco.
Foi premiada com o Troféu Roquette-Pinto de melhor
cantora de música popular brasileira e o prêmio Guarani,
como melhor cantora em disco.
Inezita
ultrapassou a marca de cinquenta anos de carreira e de oitenta discos gravados,
entre 78 rpm, vinil e CDs. Apresentou por 35
anos, de 1980 até a sua morte em 2015, o programa Viola, Minha Viola, dedicado à música
caipira e transmitido pela TV Cultura.
Apresentou também, no SBT, um programa musical
que levava seu nome e era exibido aos domingos pela manhã.
A música "Moda do Bonde Camarão" (1929) é de autoria de Cornélio Pires, folclorista, escritor, pioneiro e incentivador da música caipira (bem claro: da verdadeira música caipira, que não existe mais). Mais informações sobre este período da cidade de São Paulo no link abaixo:
(Fonte do texto: Wikipedias)
O que eles pensam
segunda-feira, 26 de maio de 2025(Sobre
o novo PL que flexibiliza o licenciamento ambiental)
“Trata-se de texto que implode o
licenciamento ambiental no Brasil, ignorando a crise climática, tratados
internacionais e a Constituição Federal, esvaziando o papel dos órgãos
ambientais e a transparência dos processos públicos e abrindo precedente que
amplia risco imenso de proliferação de casos de corrupção no licenciamento
ambiental”.
Nota sobre a “Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA), PL 2/.159/2021”, aprovada pelo Senado em 21/5/2025. A nota foi assinada pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, Inesc, Instituto Ethos e Conservatório do Clima. Matéria publicada no jornal Valor em 22/5/2025.
Leituras diárias
domingo, 25 de maio de 2025Martin Buber (1878-1965), filósofo austríaco-israelita em Qué es el hombre? (O que é o homem?)
Ler!
sábado, 24 de maio de 2025Caminhando resolutamente para o passado!
sexta-feira, 23 de maio de 2025Labels: Assim se vive no Brasil, Gestão Ambiental, Gestão Pública, Meio Ambiente, Política
O Batráquio - Zimbo Trio
quinta-feira, 22 de maio de 2025Música brasileira
Zimbo Trio
Álbum: Zimbo Trio (1978)
Música: O batráquio
https://www.youtube.com/watch?v=388B9Pb1IFU
O Zimbo
Trio foi formado em março de 1964 em São Paulo por Luís Chaves Oliveira
da Paz ‘Luís Chaves’ (contrabaixo),
Rubens Alberto Barsotti ‘Rubinho’ (bateria) e Amilton Godói (piano).
A
primeira apresentação como Zimbo Trio foi na Boate Oásis, em 17
de março de 1964, acompanhando a cantora Norma Bengell.
O show foi produzido por Aloysio de Oliveira. Uma das músicas tocadas
foi ‘Consolação’ de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Em 1965, o Zimbo
Trio passou a fazer acompanhamento fixo do programa O Fino da
Bossa, da TV Record, apresentado por Elis Regina e Jair
Rodrigues, um dos mais importantes na divulgação de novos talentos
musicais. Em 1968, participou de um show antológico no Teatro João Caetano que reuniu Elizeth
Cardoso, Jacob do
Bandolim e o conjunto Época de Ouro.
O fruto deste encontro foi o registro de dois volumes gravados ao vivo.
(Fonte do texto: Wikipedia)