O que eles pensam

quarta-feira, 18 de junho de 2025

 

Pobre empresário brasileiro

“O bilionário Ricardo Faria, conhecido como ‘rei do ovo’, chocou o país ao culpar o Bolsa Família por sua dificuldade em contratar mão de obra disposta a ganhar salário mínimo limpando cocô de galinha em tempo integral. Dono da Global Eggs, que produz 13 bilhões de ovos por ano, Faria acredita que o brasileiro médio está mimado por coisas supérfluas como comida, abrigo e dignidade mínima.”

Publicado no jornal online O Globo Sensacionalista de 17/06/2025

História dos bairros de São Paulo

(Fonte: Cidades em Fotos)

Conheça a história de vários bairros da cidade de São Paulo. Vale a pena fazer o download do pdf dos livros! Visite a página da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e acesse as monografias no link abaixo:

https://capital.sp.gov.br/web/cultura/w/arquivo_historico/publicacoes/8313

Concentração fundiária no Brasil

terça-feira, 17 de junho de 2025


 (Fonte: Articulação Nacional de Agroecologia)

Relatório da Oxfam: "Menos de 1% das propriedades agrícolas é dona de quase metade da área rural brasileira".

A pobreza, as migrações e a limitada produção de alimentos também são causados pela concentração de terras nas mãos de poucos. 

Veja detalhes do relatório da Oxfam no link abaixo:

Eugene Thacker

segunda-feira, 16 de junho de 2025

 

“O mundo é humano e não humano, antropocêntrico e não antropomórfico, às vezes até misantrópico. Indiscutivelmente, um dos maiores desafios que a filosofia enfrenta hoje, reside em compreender o mundo em que vivemos como um mundo humano e não humano – e em compreendê-lo politicamente. Por um lado, estamos cada vez mais e mais conscientes do mundo em que vivemos como um mundo não humano, um mundo exterior, um mundo que se manifesta nos efeitos das mudanças climáticas globais, dos desastres naturais, da crise energética e da extinção progressiva de espécies em todo o mundo. Por outro lado, todos esses efeitos estão ligados, direta e indiretamente ao nosso viver como parte deste mundo não humano. Portanto, a contradição está embutida neste desafio – não podemos deixar de pensar no mundo como um mundo humano, em virtude do fato de que somos nós, seres humanos, que o pensamos.

Embora possa haver alguma verdade nisso, o mais importante é como todas essas lentes interpretativas – mitológicas, teológicas, existenciais – têm como pressuposto mais básico uma visão do mundo como um mundo centrado no ser humano, como um mundo ‘para nós’ como seres humanos, vivendo em culturas humanas, governado por valores humanos. Embora a Grécia clássica reconheça, é claro, que o mundo não está totalmente sob controle humano, ela tende a personificar o mundo não humano em seu panteão de criaturas humanoides e seus deuses excessivamente humanos, eles próprios governados por inveja, ganância e luxúria.

O mesmo pode ser dito da estrutura cristã, que, embora também personifique o sobrenatural (anjos e demônios; um Deus paternal, ora amoroso ora abusivo), reformula a ordem do mundo dentro de uma estrutura moral-econômica de pecado, dívida e redenção em uma vida após a morte. E a estrutura existencial moderna, com seu imperativo ético de escolha, liberdade e vontade, diante dos determinismos científicos e religiosos, acaba restringindo o mundo inteiro a um vórtice solipsista e angustiado do sujeito humano individual.”

 

“Ao longo de sua vida, Schopenhauer permaneceu igualmente insatisfeito com a meticulosa construção sistemática de Kant, assim como com o romantismo naturalista de Fichte, Schelling e Hegel. Se quisermos realmente pensar sobre o mundo como ele existe em si mesmo, diz Schopenhauer, precisamos desafiar as premissas mais básicas da filosofia. Estas incluem o princípio da razão suficiente (tudo o que existe tem uma razão para existir), bem como a desgastada dicotomia entre o eu e o mundo, tão central para a ciência empírica moderna. Temos que considerar a possibilidade de que não haja razão para algo existir; ou que a divisão entre sujeito e objeto seja apenas o nosso nome para algo igualmente acidental que chamamos de conhecimento; ou, um pensamento ainda mais difícil, que, embora possa haver alguma ordem para o eu e o cosmos, para o microcosmo e o macrocosmo, é uma ordem absolutamente indiferente à nossa existência e da qual podemos ter apenas uma consciência negativa. O máximo que podemos fazer, observa Schopenhauer, é pensar essa persistência do negativo. Ele usa o termo Vorstellung (representação; ideia; concepção) para descrever essa consciência negativa, uma consciência do mundo como o concebemos (seja por meio da experiência subjetiva ou por meio da representação estética), ou do mundo como nos é apresentado (seja por meio do conhecimento prático ou da observação científica). Seja como for, o mundo continua sendo o mundo-para-nós, o mundo como Vorstellung. Existe algo fora disso?

Logicamente, deve haver, visto que todo positivo precisa de um negativo. Schopenhauer chama esse ‘quase-inexistente e estranho’ de Wille (vontade; impulso; força), um termo que designa menos a volição ou ação de uma pessoa individual e mais um princípio abstrato que permeia todas as coisas, desde as entranhas da Terra até o conjunto de constelações – mas que em si não é nada.”

 

Eugene Thacker, filósofo, escritor e professor estadunidense contemporâneo em In the Dust of this Planet (2011) -  (Na poeira deste planeta, sem tradução para o português)

E a reforma agrária?

 (MST/Facebook)

Leituras diárias

domingo, 15 de junho de 2025


 

Portanto, é preciso observar que, ao tomar um Estado, o usurpador deve examinar atentamente todos os danos que é necessário infligir e fazê-los de uma só vez, para não ter que repeti-los diariamente; e assim, não perturbando os homens, ele poderá tranquilizá-los e conquistá-los para si por meio de benefícios. Aquele que faz o contrário, por timidez ou mal conselho, é sempre compelido a manter a faca na mão; nem ele pode confiar em seus súditos, nem estes podem se apegar a ele, devido a erros contínuos e repetidos. Pois o mal deve ser feito todo ao mesmo tempos, para que, sendo menos sentido, fica menos; os benefícios devem ser dados aos poucos, para que seu sabor dure mais.

E acima de tudo, um príncipe deve viver entre seu povo de tal maneira que nenhuma circunstância inesperada, seja boa, seja má, o faça mudar; porque se tal necessidade surgir em tempos difíceis, será tarde demais para medidas duras; e as suaves não ajudarão, pois serão consideradas impostas, e ninguém se sentirá obrigado a nada com elas.” (Maquiavel, págs. 77 e 78).

 

Nicolau Maquiavel (1469-1527) diplomata, filósofo, historiador e escritor italiano em O Príncipe.

Aldous Huxley (1894-1963)

sábado, 14 de junho de 2025


Veja entrevista (legendada) do filósofo e escritor inglês Aldous Huxley, autor de vários livros que se tornaram clássicos, como Filosofia Perene, As portas da percepção, Sem olhos em Gaza, A Ilha, entre outros.

A entrevista tem como tema principal sua obra Admirável mundo novo, que trata da liberdade e de fatores que a colocam em risco nos Estados Unidos e no mundo. 

O vídeo está disponível no canal abaixo: 

https://www.youtube.com/watch?v=xiLodTTxkRk

A frase do dia

sexta-feira, 13 de junho de 2025


 

“Se observarmos os timoneiros, os médicos e os filósofos na vida, consideraremos o homem como a mais sábia das criaturas vivas. Mas quando se vê intérpretes de sonhos e adivinhos junto com aqueles que acreditam neles, ou pessoas que estão cheias de vaidade e riqueza, deve-se pensar que não há nada mais tolo do que o homem.”

 

Diógenes de Sinope, o Cínico (403-321 aec), filósofo cínico grego, citado por Diógenes Laércio (180-240 ec) historiador e biógrafo romano em Vida e Doutrina dos Filósofos Ilustres

Ler!

quinta-feira, 12 de junho de 2025


 Não perca tempo na vida! Leia!

Vicente do Rego Monteiro (1899-1970)


Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site Google Arts & Culture abaixo:

https://artsandculture.google.com/entity/m0d_r65?hl=pt

Outras leituras

quarta-feira, 11 de junho de 2025

 

“A propaganda aproveitava a brecha e atacava, nos jornais. ‘Contra a influenza espanhola o melhor remédio é o Quinado Constantino’; ‘Mentholatum — poderoso preservativo contra a espanhola’; ‘Comunicam do Rio de Janeiro que muitas pessoas se têm libertado da influenza graças ao uso do preparado Odorana’; ‘A gripe espanhola já nos visitou e agora o melhor meio de prevenir-se contra a infecção consiste em higiene rigorosa e contínuas desinfecções com Creolisol’; ‘Srs. Médicos, na convalescença da gripe, o melhor tônico é o Vanadiol. Age com rapidez no levantamento de forças’; ‘Influenza espanhola — este novo flagelo que infelizmente começa a assolar o Brasil só poderá ser combatido com as eficazes e conhecidas Pílulas Sudoríficas de Luiz Carlos’. Correu o boato de que cachaça prevenia a doença. Daí que: ‘Todos os médicos aconselham como o melhor preservativo a caninha do Ó com limão, mais conhecida com o nome de batida. A melhor e mais pura caninha do Ó é a da marca Caipira, da qual são únicos depositários Fratelli Guidi, telefone 1837 Central, a quem devem ser feitos os pedidos imediatamente, a fim de evitar de ser atacados dessa terrível influenza’. Mais exótica ainda era a ideia de que o automóvel Torpedo seria capaz de velocidade tão grande que não daria oportunidade ao vírus de atacar os passageiros. Outro pouso seguro seria ‘Poços de Caldas — a Suíça brasileira — altitude 1200 metros — A esta estância a gripe espanhola não atinge’. Se a incidência da doença era alta, a letalidade, até o fim de outubro, era baixa. O Serviço Sanitário insistia nesse ponto, para tranquilizar a população, e os jornais o secundavam. ‘Basta, como resistência à moléstia, tomar, com rigor, as poucas e fáceis precauções aconselhadas pelos médicos da cidade’, advertiu O Estado de S . Paulo.”

 

Roberto Pompeu de Toledo (1944-) jornalista e escritor brasileiro em Dias de medo e morte: a Gripe Espanhola em São Paulo

Privatização das escolas públicas

terça-feira, 10 de junho de 2025


(Fonte: APEOESP)
 

Essa não poderia faltar


The Youngbloods

Get Together (1967)


https://www.youtube.com/watch?v=DqpVnOrG2a0

Voto no mesmo

segunda-feira, 9 de junho de 2025


(Fonte: Jota Camelo Humor)

Vale a pena

domingo, 8 de junho de 2025

Vale a pena assistir a esta live neste domingo. Dois grandes analistas e pensadores da realidade brasileira:

Vladimir Safatle, filósofo, professor, músico e psicanalista;

José Kobori, economista, professor, investidor e empresário.

O link do canal Kritikê Podcast está logo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=8i3QYoyYGKU

Leituras diárias

sábado, 7 de junho de 2025


 

“Tanto na poesia de Gonçalves Dias quanto na prosa de José de Alencar, nossa grandeza nacional se deve à beleza de nossa terra. Ao produzirem essa indistinção entre natureza e história, esses dois autores neutralizaram o campo da política, neutralizaram o processo histórico, deixando difícil a percepção da violência, da exploração, do extermínio como projetos de dominação. O campo político — para a gente entender o que isso significa — se torna natural, é naturalizado. E, com isso, não podemos ser cidadãos de um país, mas habitantes de uma terra. Daí a ideia de exílio, daí a ideia de não pertencimento, porque não somos parte da construção política do país; não temos interferência como agentes do nosso processo histórico. As heranças são inúmeras, tanto na nossa tropicalidade cultural quanto numa reprodução perversa de um certo conformismo político. Se a gente prestar atenção no nosso hino nacional, que tem também uma forte herança romântica e a herança desses escritores, fica muito evidente o quanto a noção que a gente tem da grandeza do nosso país conflui com a grandeza da nossa natureza. Se tudo aquilo que a gente constrói já nos foi dado, se tudo aquilo que a gente tem no país já nos foi dado, então para que interferir? É dessa maneira que as formas conformistas vão se configurando entre nós: não porque tivemos isso como uma escolha, mas porque essa formação ideal vai se introjetando de geração em geração.”

 

Thais Toshimitsu, Pensando com a literatura: quatro clássicos brasileiros

O Medo - Banda Concreto

 Música brasileira


Concreto 

Álbum: Aquele que tem (2001)

Música: O Medo




https://www.youtube.com/watch?v=-xgqPml48vA


A banda Concreto foi fundada em Belo Horizonte no ano de 1994. A banda é formada por Marcelo Loss (voz e baixo), Túlio de Paula (voz e guitarra), Adriano Fidélis (guitarra) e Teddy Almeida (bateria). No início de 2020 a banda Concreto anunciou pelas suas redes sociais o término das atividades da banda, pondo fim a uma história iniciada em 1994 e que gerou 3 EPs, 2 DVDs, 4 álbuns, além de diversas participações em coletâneas e shows por todo o país e mundo afora.

 

(Fonte: Site Whiplash.Net - Rock e Heavy Metal e Site da banda Concreto)

Miguel Nicolelis (1961-)

sexta-feira, 6 de junho de 2025


Veja entrevista do médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis. Pesquisador premiado, atuou também como professor em universidades estadunidenses e é fundador do Instituto Internacional de Neurociência de Natal (RN). A entrevista foi para o canal Cortes de Inteligência e encontra-se no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=WaQ0iftGXeQ 

Dia Mundial do Meio Ambiente

quinta-feira, 5 de junho de 2025

"Agora, com o 'PL da Devastação', temos mais um motivo pra festejar!" 



 (Fonte: O Liberal / J Bosco)

A frase do dia


“O sol nasce para todos. A sombra, para quem é mais esperto.”

 

Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo do jornalista, escritor e compositor Sérgio Marcus Rangel Porto – 1923-1968), citado pelo site Incrível.

Frases de Meio Ambiente

quarta-feira, 4 de junho de 2025


 

“É o mundo capitalista, regido pela lógica do dinheiro. E o que ocorre é que o mundo estabelecido pela lógica do lucro — que inclui de devastações ecológicas até a guerra — está totalmente alienado, separado dos desejos das pessoas, que prefeririam talvez coisas mais simples... Assim, as áreas verdes são entregues à especulação imobiliária, os índios perdem suas terras porque gado é melhor para a economia que índio, as terras vão-se transformando em desertos de cana, enquanto que rios e mares viram caldos venenosos, e os peixes bóiam, mortos...”

 

Rubem Alves (1933-2014), teólogo, psicanalista, escritor e educador brasileiro, citado no site Pensador

Só para o 1%

terça-feira, 3 de junho de 2025


 (Fonte: Diário Liberdade)

Essa não poderia faltar

segunda-feira, 2 de junho de 2025


 Rolling Stones

Gimme Shelter (1969)


https://www.youtube.com/watch?v=QeglgSWKSIY&list=RDMM&index=16

Antonio Poteiro (1920-2010)

Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site do Instituto Antonio Poteiro abaixo:

https://www.antoniopoteiro.com.br/

Leituras diárias

domingo, 1 de junho de 2025

 

“O capital é uma formidável máquina de reificação. Desde a Grande Transformação de que fala (o sociólogo austro-húngaro) Karl Polanyi, isto é, desde que a economia capitalista de mercado se autonomizou, desde que ela, por assim dizer, se ‘desinseriu’ da sociedade, ela funciona unicamente segundo as suas próprias leis, as leis impessoais do lucro e da acumulação. Supõe, ressalta Polanyi, ‘ingenuamente a transformação da substância natural e humana da sociedade em mercadorias’, graças a um dispositivo, o mercado autorregulador, que tende, inevitavelmente, a ‘quebrar as relações humanas e a aniquilar o hábitat natural do homem’. Trata-se de um sistema impiedoso, que lança os indivíduos das camadas desfavorecidas ‘sob as rodas mortíferas do progresso, esse carro de Juguernaut’.   

Max Weber já havia admiravelmente captado a lógica ‘coisificada’ do capital na sua grande obra Economia e Sociedade: ‘A reificação (Versachlichung) da economia fundada na base da socialização do mercado segue totalmente a sua própria legalidade objetiva (sachlichen). O universo reificado (versachlichte Kosmos) do capitalismo não deixa espaço algum para uma orientação caritativa...’ Weber daí deduz que a economia capitalista é estruturalmente incompatível com critérios éticos: ‘Em contraste com qualquer outra forma de dominação econômica do capital, devido ao seu caráter impessoal, não poderia ser eticamente regulamentada. [...] A competição, o mercado, o mercado de trabalho, o mercado monetário, o mercado das mercadorias, numa palavra, considerações objetivas, nem éticas, nem antiéticas, mas simplesmente não éticas... ordenam o comportamento no ponto decisivo e introduzem instâncias impessoais entre os seres humanos referidos’. No seu estilo neutro e não engajado, Weber pôs o dedo no essencial: o capital é intrinsecamente, pela sua essência, ‘não ético’. 

Na raiz dessa incompatibilidade, encontramos o fenômeno da quantificação. Inspirado pela Rechenhaftigkeit — o espírito de cálculo racional de que fala Weber — o capital é uma formidável máquina de quantificação. Só reconhece o cálculo das perdas e dos lucros, as cifras da produção, a medida dos preços, dos custos e dos ganhos. Submete a economia, a sociedade e a vida humana à dominação do valor de troca da mercadoria, e da sua mais abstrata expressão, o dinheiro. Esses valores quantitativos, que se medem em 10, 100, 1.000 ou 1.000.000, não conhecem nem o justo, nem o injusto, nem o bem, nem o mal: dissolvem e destroem os valores qualitativos, e, em primeiro lugar, os valores éticos. Entre os dois, há a ‘antipatia’, no sentido antigo, alquímico, do termo: falta de afinidade entre duas substâncias.” (Löwy, págs. 57 e 58).

 

Michael Löwy (1938-), sociólogo e pensador marxista brasileiro em O que é ecossocialismo?

Outras leituras

sábado, 31 de maio de 2025


“Deste retrato podemos tirar importantes lições filosóficas que são de relevância e valor para nós, que, apesar de tantos séculos de evolução cultural e apesar de inúmeros avanços na ciência e tecnologia, permanecemos em grande parte tão intelectualmente densos e moralmente corruptos quanto as criaturas ‘menos que humanas’ entre as quais Diógenes viveu, e para quem ele reservou alguns de seus comentários mais cáusticos e devastadores. Nem no reino das ideias, nem no tecido moral da sociedade, nem em assuntos nacionais ou internacionais, nem, de fato, em qualquer área da existência humana, fizemos qualquer progresso além do mundo em que ele viveu. Podemos até dizer que a estagnação cultural e moral é a maneira correta de descrever o curso da história humana desde a época em que, carregando uma lâmpada acesa em plena luz do dia, ele andou de costas pelas ruas de Atenas em busca de um verdadeiro ser humano.”

“Assim, fora de si mesmo, o desejo de Diógenes era empreender a demolição do mundo com relação às suas leis, costumes, tradições e normas morais, porque ele também, como Schopenhauer (filósofo alemão do século XIX), deve ter chegado em um ponto ou outro à conclusão inquietante de que ‘o mundo está falido em todos os lados e que a vida é um negócio que não cobre seus custos’. Se Diógenes tivesse conhecimento da avaliação pessimista de Schopenhauer sobre o mundo, ele não teria discordado. Ele poderia ter abraçado a conclusão de Schopenhauer, de que mesmo que o mal do mundo fosse cem vezes menor do que é, sua própria existência seria suficiente para convencer qualquer pessoa de mente aberta de que sua inexistência seria preferível à sua existência, pois é, sem dúvida, ‘algo que no fundo não deveria ser’. Aqueles que acham o mundo algo digno de louvor ou que se felicitam por terem nascido nele são intelectualmente cegos ou moralmente perversos. O pessimismo de Diógenes e o de Schopenhauer derivam, no entanto, de diferentes raízes filosóficas e revelam duas orientações ideológicas diferentes, embora, em suas manifestações externas, fossem igualmente intensas e cáusticas.”

“Nem convenções, nem tradições, nem crenças religiosas, nem normas socialmente sancionadas tinham qualquer valor para os sofistas, nem, podemos acrescentar, para Sócrates. Com eles, surgiu a necessidade de fazer uma distinção nítida entre o nomos - o domínio transitório e mutável dos costumes humanos - e o logos — a racionalidade que distingue ou deveria distinguir os seres humanos de todas as outras criaturas terrestres. Essa distinção, já reconhecida por alguns dos pré-socráticos como (o filósofo) Heráclito, compeliu os sofistas a questionar a santidade e a infalibilidade tanto das leis positivas promulgadas pelos governos, seja em tiranias ou em democracias, quanto das convenções pelas quais as pessoas se guiam. Normas e valores sociais — nomisma (moeda de ouro grega) que o oráculo de Delfos ordenou que Diógenes desfigurasse — eram, do ponto de vista dos sofistas, apenas invenções convenientes fabricadas pelas classes dominantes para manter as pessoas sob sujeição. Elas não eram nada além de regras artificiais convertidas pela inércia da falta de pensamento humano em princípios naturais imutáveis, como aprendemos com os fragmentos de Crítias. Para ele, até mesmo a crença em deuses se enquadra nessa categoria. As leis humanas, portanto, tinham pouco valor para os sofistas, e a obediência cega a tais leis revelava, segundo eles, o estado de sonolência e inconsciência que caracteriza, como (o filósofo) Herátomo e os cínicos insistiam, a maioria das pessoas. O ponto para eles era, então, ser despertado desse sono e recuperar a posse da própria mente individual como a única fonte de seus valores — uma ideia socialmente perigosa, sem dúvida, e um prelúdio político ao anarquismo, como o Sócrates platônico sugere no (diálogo de Platão) Críton. Em última análise, é a única solução disponível para qualquer um que tenha contemplado, mesmo por um momento, como Diógenes poderia ter dito, a insanidade do mundo humano. Assim, os sofistas eram rebeldes filosóficos que reconheciam a vacuidade de seu mundo e que propunham soluções, talvez extravagantes, levando a uma postura de individualismo hedonista, ou, como com (o filósofo) Trasímaco, a uma rejeição de todos os valores morais, ou simplesmente a uma retirada do mundo social e político, que foi precisamente a influência que eventualmente afetou (o filósofo) Pirro e os céticos, e, através de Antístenes, também Diógenes.”

 

Luis E. Navia, filósofo e professor estadunidense em Diogenes the Cynic: The war against the world (Diógenes o Cínico: a guerra contra o mundo)

Enquanto isso, no país que é um dos maiores produtores de alimentos do planeta...

sexta-feira, 30 de maio de 2025

(Fonte: Sinfronio no X)
 

Essa não poderia faltar

quinta-feira, 29 de maio de 2025

David Bowie

Space Oddity (1969)

https://www.youtube.com/watch?v=tRNpjt29n6Y

A frase do dia

quarta-feira, 28 de maio de 2025

A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe.”


Charles (Spencer) Chaplin (1889-1977), ator, cineasta e compositor inglês citado por Goodreads

Moda do Bonde Camarão - Inezita Barroso

terça-feira, 27 de maio de 2025

Música brasileira 


Inezita Barroso

Álbum: Clássicos da Música Caipira Vol. 2 (1972)

Música: Moda do Bonde Camarão 




https://www.youtube.com/watch?v=HC7HvjHmIXA&list=RDHC7HvjHmIXA&start_radio=1


Inezita Barroso, nome artístico de Ignez Magdalena Aranha de Lima (São Paulo4 de março de 1925 – São Paulo, 8 de março de 2015), foi cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora e apresentadora de rádio e televisão. Em 1950, ingressou na Rádio Bandeirantes e apresentava-se em recitais no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), Cultura Artística e Colombo. No mesmo ano gravou a célebre interpretação da música Moda da Pinga, de Ochelsis Laureano e Raul Torres. Em 1954 gravou os sambas Ronda, de Paulo Vanzolini e Estatutos da Gafieira, de Billy Blanco. Foi premiada com o Troféu Roquette-Pinto de melhor cantora de música popular brasileira e o prêmio Guarani, como melhor cantora em disco.

Inezita ultrapassou a marca de cinquenta anos de carreira e de oitenta discos gravados, entre 78 rpmvinil e CDs. Apresentou por 35 anos, de 1980 até a sua morte em 2015, o programa Viola, Minha Viola, dedicado à música caipira e transmitido pela TV Cultura. Apresentou também, no SBT, um programa musical que levava seu nome e era exibido aos domingos pela manhã.

A música "Moda do Bonde Camarão" (1929) é de autoria de Cornélio Pires, folclorista, escritor, pioneiro e incentivador da música caipira (bem claro: da verdadeira música caipira, que não existe mais). Mais informações sobre este período da cidade de São Paulo no link abaixo:

https://atenaeditora.com.br/catalogo/post/os-trancos-do-progresso-o-olhar-caipira-sobre-sao-paulo-na-moda-de-viola-bonde-camarao


(Fonte do texto: Wikipedias)


Conflito


(Fonte: Ateus.net)

O que eles pensam

segunda-feira, 26 de maio de 2025


 

(Sobre o novo PL que flexibiliza o licenciamento ambiental)

 

“Trata-se de texto que implode o licenciamento ambiental no Brasil, ignorando a crise climática, tratados internacionais e a Constituição Federal, esvaziando o papel dos órgãos ambientais e a transparência dos processos públicos e abrindo precedente que amplia risco imenso de proliferação de casos de corrupção no licenciamento ambiental”.

 

Nota sobre a “Lei Geral do Licenciamento Ambiental (LGLA), PL 2/.159/2021”, aprovada pelo Senado em 21/5/2025. A nota foi assinada pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade, Inesc, Instituto Ethos e Conservatório do Clima. Matéria publicada no jornal Valor em 22/5/2025.

Leituras diárias

domingo, 25 de maio de 2025


“O sistema de Hegel representa, dentro do pensamento ocidental, a terceira  grande tentativa de segurança: depois do cosmológico de Aristóteles e do teológico de São Tomás, temos o logológico de Hegel. Toda insegurança é subjugada, toda preocupação com o sentido, todo medo da decisão, todos problemas abismais. A razão do mundo mostra a sua marcha indeclinável através da história, e o homem inquiridor sabe disso. Dito de outra forma: o seu conhecimento constitui, propriamente, a meta e o fim dessa marcha, em que a verdade que se realiza, se conhece na sua realização. As etapas da marcha se sucedem numa ordem absoluta: são governadas soberanamente pela lei da dialética, segundo a qual a tese é substituída pela antítese e esta pela síntese. Com a mesma segurança com a qual marchamos de um andar a outro e de um cômodo a outro numa casa bem construída, imóvel em seus alicerces, paredes e tetos, é assim que o homem hegeliano marcha pela nova mansão cósmica da história, cujo significado ele conhece completamente.” (Buber, págs. 35 e 35).

 

Martin Buber (1878-1965), filósofo austríaco-israelita em Qué es el hombre? (O que é o homem?)


Ler!

sábado, 24 de maio de 2025


Não perca tempo na vida! Leia!

Ainda a "Mãe de todas as boiadas"

 
(Fonte: Instagram)
 

(Fonte:cerrado.em. quadrinhos. oficial/instragram)

Regina Silveira (1939-)

Conheça mais sobre a vida e obra da artista no site Blombo abaixo:

https://blombo.com/artistas/regina-silveira/?srsltid=AfmBOoq5GNr8j-nQtcsz7Ehm-p1ZJ9IQLoCC82kM2cGwxH90VfP6zPnP

Caminhando resolutamente para o passado!

sexta-feira, 23 de maio de 2025


(Fonte: Deputada Celia Xakriaba/Instagram)

Até parece piada de mau gosto. No ano em que o governo planeja sediar a 30ª Conferência da Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 30), o Senado aprovou em 21/5/2025 Projeto de Lei que flexibiliza os procedimentos para licenciamento ambiental de empreendimentos.

O documento foi corretamente apelidado de "PL da Devastação" e "mãe de todas as boiadas" (aquelas do ministro bolsonarista Ricardo Salles, de triste memória). 

Resta saber com que cara o governo Lula vai se apresentar em novembro deste ano em Belém na COP 30, onde se reunirão representantes do mundo inteiro para discutir as mais importantes questões ambientais da atualidade, principalmente a do clima. 

Para entender todos os aspectos deste novo retrocesso que o Brasil faz na área ambiental (atenção: vem mais por aí!), leia o artigo do Brasil de Fato no link abaixo:

Trabalho duro


                                                    (Fonte: Nani Humor)

O Batráquio - Zimbo Trio

quinta-feira, 22 de maio de 2025

 Música brasileira


Zimbo Trio

Álbum: Zimbo Trio (1978)

Música: O batráquio 




https://www.youtube.com/watch?v=388B9Pb1IFU


O Zimbo Trio foi formado em março de 1964 em São Paulo por Luís Chaves Oliveira da Paz ‘Luís Chaves (contrabaixo), Rubens Alberto Barsotti ‘Rubinho’ (bateria) e Amilton Godói (piano).

A primeira apresentação como Zimbo Trio foi na Boate Oásis, em 17 de março de 1964, acompanhando a cantora Norma Bengell. O show foi produzido por Aloysio de Oliveira. Uma das músicas tocadas foi ‘Consolação’ de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Em 1965, o Zimbo Trio passou a fazer acompanhamento fixo do programa O Fino da Bossa, da TV Record, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues, um dos mais importantes na divulgação de novos talentos musicais. Em 1968, participou de um show antológico no Teatro João Caetano que reuniu Elizeth CardosoJacob do Bandolim e o conjunto Época de Ouro. O fruto deste encontro foi o registro de dois volumes gravados ao vivo.

 

(Fonte do texto: Wikipedia)

A frase do dia

quarta-feira, 21 de maio de 2025

“Quando eu era criança, eu disse ao meu pai uma tarde, ‘Papai, você me leva ao zoológico?’ Ele respondeu, ‘Se o zoológico quer você, deixe que eles venham e te peguem.’”

 

Jerry Lewis (1926-2017) comediante, cineasta, cantor estadunidense citado por A-Z Quotes.

15 anos

Nesta data o blog Da Natureza e da Cultura completa 15 anos de existência. Agradecemos a todos pela visita!

Se gostar de nossas postagens, divulgue.

Obrigado!



(Fonte: Horizonte Educação e Comunicação)

Outras leituras

terça-feira, 20 de maio de 2025

 

“Assim, o capitalismo em poucas palavras: você, o trabalhador, assa a torta. Então seu empregador, senhorio, credores de hipotecas e empréstimos, seguradoras, agências fiscais do governo, empresas de cartão de crédito e bancos; todos exigem e pegam sua fatia da torta que você assou. Você fica com as migalhas chamadas de ‘salários’. Sim, o capitalista lhe forneceu os ingredientes e ferramentas (os meios de produção) para assar a torta, mas já que você fez todo o trabalho para fazê-la, você não deveria pelo menos ter uma palavra a dizer, sobre como os lucros seriam compartilhados com a venda da torta? Em vez disso, quando recebemos nossos salários, que não refletem o valor de troca excedente (os lucros) das mercadorias que produzimos, sentimos a necessidade de ser ‘gratos’ por ter um emprego e um salário. ‘Obrigado, obrigado, mestre!’, de fato.” (Chun, pág. 9)

 

Christian W. Chun, professor universitário e escritor estadunidense em A world without capitalism? Alternative discourses, spaces and imaginaries (Um mundo sem capitalismo? Discursos alternativos, espaços e imaginários)