Giacomo Leopardi (1789-1837)

sábado, 22 de abril de 2023

 


Poeta, ensaísta e filósofo italiano. Seus textos refletem o pessimismo e o ceticismo deste grande autor da literatura italiana.


Citações de Giacomo Leopardi

 

O primeiro motivo por que se está disposto a ajudar outro nas devidas ocasiões é a alta apreciação que se tem de si mesmo.”;

Por minha própria natureza, não estou longe da dúvida mesmo sobre as coisas consideradas indubitáveis.”;

O mais sólido prazer desta vida é o prazer vão das ilusões.”;

A morte não é um mal: porque liberta o homem de todos os males, e ao mesmo tempo que o bem tira-lhe os desejos. A velhice é o pior dos males: porque priva o homem de todos os prazeres, deixando-lhe deles todos os apetites; e traz consigo todas as dores. Não obstante, os homens temem a morte e desejam a velhice.”;

Não apenas os homens, mas o gênero humano foi e sempre será necessariamente infeliz. Não apenas o gênero humano, mas todos os animais. Não apenas os animais, mas todos os seres a seu modo. Não os indivíduos, mas as espécies, os gêneros, os reinos, os sistemas, os mundos...”;

Natureza nobre é aquela / que tem coragem / de olhar nos olhos / o destino comum, e que com franca língua, / sem subtrair nada da verdade, / confessa o mal que nos foi dado como destino / e a condição baixa e frágil do homem.”;

Não há nada que demonstre tão bem a grandeza e a potência do intelecto humano, nem a superioridade e a nobreza do homem, como o fato de ele poder conhecer, compreender por completo e sentir fortemente a sua exiguidade.”;

Parece contraditório, mas é bastante verdadeiro: Como toda a realidade é um nada, não existe nada verdadeiro, nada que tenha duração neste mundo, além da imaginação.”;

Eu estava muito assustado por estar cercado pelo nada, um nada também eu mesmo. Me sentia como que sufocado, quando considerei e senti de que tudo é nada, o nada estabelecido.”;

Mesmo a variação das ações, das ocupações e dos sentimentos apesar de não nos libertar do tédio, porque não nos traz distração verdadeira, alivia-o, tornando-o menos pesado.”;

“(...) do mesmo modo que não fizeste esta casa para mim não precisarias ter-me convidado. Porém, uma vez que espontaneamente desejaste que eu morasse aqui, não te competia providenciar, na medida de tuas possiblidades, para que eu vivesse sem sofrimento e sem perigo? Ora digo que sei muito bem que não fizeste o mundo a serviço dos homens, ao contrário, creio que o tenhas feito e ordenado expressamente para atormentá-los. Então pergunto: por acaso te pedi que me pusesses no universo ou me intrometi nele violentamente contra a tua vontade? Mas, sem o meu conhecimento, de maneira que eu nada pudesse consertar ou recusar, tu por vontade própria, com as tuas mãos, me colocaste nele.”;

Mas como os mortais no primeiro momento de cada dia readquirem uma parte da juventude, assim envelhecem todos os dias e finalmente se extinguem; igualmente o universo no princípio de cada ano renasce e nem por isso deixa de continuamente envelhecer. Tempo virá em que ele e a própria natureza se apagarão. Assim como de grandes reinos e impérios humanos com seus movimentos maravilhosos, famosíssimos em outros tempos, nada resta hoje, de indícios ou fama; o mesmo, do mundo inteiro, dos acontecimentos infinitos e das calamidades das coisas criadas, não restará um vestígio sequer. Apenas um silêncio nu e uma altíssima quietude encherão o espaço imenso. Assim esse arcano admirável e espantoso da existência universal, antes de ser declarado ou compreendido, se extinguirá e perderá.”.

 

 

[Fontes dos textos: Site Pensador; livro "Zibaldone" (em alemão “Das Gedankenbuch” – tradução dos textos por Ricardo E. Rose); livro "Opúsculos morais"]

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