Roberto Drummond (1933-2002)

domingo, 2 de abril de 2023


 

Roberto Francis Drummond nasceu em Ferros (MG) em 21 de dezembro de 1933 e faleceu em Belo Horizonte a 21 de junho de 2002. Foi jornalista e escritor.

Antes de residir em Belo Horizonte a partir de sua adolescência, Roberto Drummond viveu GuanhãesAraxá e Conceição do Mato Dentro. Em Belo Horizonte começou sua carreia de jornalista no jornal “Folha de Minas”. Aos 28 anos, em 1961, passou a dirigir a revista “Alterosa”, que foi fechada pela ditadura militar-civil em 1964. Durante um ano trabalhou no Rio de Janeiro, retornando a Belo Horizonte em 1966, onde passou a escrever colunas esportivas e crônicas.

Nasceu Robert Francis Drummond, mas mudou o nome para Roberto Drummond, após um conselho de uma vidente. Em 1999, durante uma entrevista ao programa Gente, da TV Horizonte, disse: “Eu tenho vários tabus na minha vida. Uma vidente me falou que se eu mudasse de nome, ia dar certo, então eu pus ‘O’ no Robert e tirei o ‘Francis’”.

Entrou para a Juventude Comunista influenciado pelos livros de Jorge Amado. Sua ficha no DOPS era marcada por várias passagens e em uma delas era descrito como “elemento nocivo, de alta periculosidade, que deseja instaurar no Brasil um regime nos moldes da União Soviética, seguindo ordens de Moscou”.

O sucesso na literatura começou com seu primeiro livro, A morte de DJ em Paris, em 1971. O livro, relançado em 1975, bateu recordes de vendas, recebendo o Prêmio Jabuti de autor revelação. Na década de 80, inicia uma nova fase de sua produção literária, com a publicação de Hitler manda lembranças. Seu maior sucesso foi o romance Hilda Furacão, publicado em 1991 e adaptado para a televisão em 1998 numa minissérie de sucesso da Rede Globo.  Com seus livros, Robert Drummond foi considerado um marco do pós-modernismo. Suas temáticas sobre o relacionamento entre realidade e fantasia, loucura e sanidade, liberdade e prisão apontam para um desejo de transformação social e política em tempos de ditadura militar.

Fanático torcedor do Clube Atlético Mineiro, Drummond também fez um programa esportivo diário na TV Bandeirantes de Belo Horizonte. 

Morreu vítima de problemas cardíacos, no dia 21 de junho de 2002, data da partida entre Brasil e Inglaterra pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002. Foi homenageado pela prefeitura de Belo Horizonte com uma estátua de bronze em tamanho real na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, e pela prefeitura de Ferros com um Centro Cultural em seu nome.

Robert Drummond escreveu os seguintes livros: A morte de D.j. em Paris (1971); O dia em que Ernest Hemingway morreu crucificado (1978); Sangue de coca-cola (1980); Quando fui morto em Cuba (1982); Hitler manda lembranças (1984); Ontem à noite era sexta-feira (1988); Hilda Furacão (1991); Inês é morta (1993); O homem que subornou a morte & Outras histórias (1993); Magalhães: navegando contra o vento *O cheiro de Deus (2001); Dia de São Nunca à tarde (publicação póstuma); Os mortos não dançam valsa (publicação póstuma); O Estripador da Rua G (publicação póstuma pela Fundação de Cultura de Belo Horizonte); Uma Paixão em Preto e Branco (publicação póstuma das melhores crônicas de Drummond sobre o Clube Atlético Mineiro).

Frases de Roberto Drummond:

A gente muda de tudo na vida. Muda de cidade. Muda de roupa. Muda de partido político. Muda de religião. Muda de costumes. Até de amor a gente muda. A gente só não muda de time, quando ele é uma tatuagem com a iniciais C.A.M., gravada no coração. É um amor cego e têm a cegueira da paixão.”;

Um cronista sem assunto é como um homem sem coração.”;

Se houver uma camisa branca e preta pendurada num varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”.;

Eu quero um gol de meia-bicicleta de Reinaldo para tatuar na pele da lua e tomar o lugar de São Jorge com seu cavalo, para que os namorados e os ex-namorados, os amantes e os ex-amantes, de todas as idades, digam uns aos outros, apontando para a lua:

- Olhe só o que pode um homem, mesmo quando está caído.”.

 

 

(Fontes de consulta: Site Ludopedio – Mariana Brescia; Wikipedia; Site Memórias da Ditadura; Site Mondolivro; Revista da Crônica; Site Pensador)

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