Geração e uso da energia elétrica

domingo, 16 de dezembro de 2012
"Tudo terminou para mim sobre a terra. Não podem mais me fazer nem bem nem mal. Não me resta mais nada a esperar nem a temer neste mundo, e aqui estou tranquilo no fundo do abismo, pobre mortal desventurado, mas impassível como o próprio Deus."  - Jean Jacque Rousseau  -  Os devaneios do caminhante solitário

O sistema de geração de energia elétrica no Brasil é em grande parte baseado nas hidrelétricas (66%). As demais fontes de eletricidade são: a geração a partir de gás natural (10%); petróleo (7%); biomassa (7%); as importações de energia (6%); a geração nuclear (2%); o carvão mineral (1%); e a energia eólica (1%). O que se percebe destes números, publicados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em março de 2012, é que o Brasil está gradualmente diversificando sua matriz energética - principalmente aquela para geração de eletricidade. Além disso, nos últimos 15 anos o consumo de energia elétrica vem aumentando em um ritmo mais forte, principalmente por causa do crescimento da economia. Somente entre 2005 e 2007 o consumo deste insumo subiu 10%.
Um aspecto problemático sob o ponto de vista ambiental é que 18% desta energia são gerados por fontes não renováveis – gás natural, petróleo, carvão mineral. Estes tipos de combustíveis são utilizados em termelétricas e geradores e são fontes de gases poluentes da atmosfera, apesar dos filtros e outros sistemas de purificação das emissões. Especialistas ressaltam que na última década a matriz energética do Brasil acabou se tornando mais suja, aumentando as emissões de gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas.
Os setores de maior consumo de energia são: a indústria (44%); os domicílios privados (25%); o comércio (17%) e outros, incluindo setor público (14%). Com o constante aumento do consumo de eletricidade devido à dinamicidade da economia – o Brasil não pode limitar seu crescimento e o bem-estar da população apenas de olho no volume das emissões – é necessário investir cada vez mais na geração de energia. É por essa razão que o governo planeja, entre as principais providências, aumentar a construção do número de usinas hidrelétricas na região amazônica, aquela que devido à área livre e ao volume de água disponível detêm o maior potencial de geração elétrica no território nacional.
Por outro lado, não adianta somente investir no aumento da geração; é necessário introduzir medidas de economia de energia. No Plano Nacional de Energia 2030, elaborado pelo Ministério das Minas e Energia (MME) em colaboração com a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), estão estabelecidas diretrizes para o planejamento da energia no país prevendo, por exemplo, medidas de poupança de 10% da energia efetivamente consumida no país até 2030.
Providências para economizar e diversificar a geração de eletricidade tornam-se cada vez mais prementes. Se, por um lado, teremos uma demanda crescente que não pode deixar de ser atendida, por outro há diversos fatores que já influenciam e interferirão cada vez mais no planejamento energético. As mudanças climáticas, entre outros aspectos, poderão alterar o sistema sazonal de chuvas, o que deverá fazer com que a água se torne mais escassa em vários reservatórios. A recente queda do nível de água das barragens hidrelétricas, quase chegando às medidas de 2001, ano do "apagão energético”, pode ser um prenúncio destes fenômenos. Da mesma forma, o sucesso do setor de geração de energia eólica deve servir como incentivo, para que o governo dê mais atenção a outras fontes energéticas, como a solar, térmica e fotovoltaica; a energia de biomassa; de biogás; entre as principais, que ainda estão fora dos planos estratégicos.
(Imagens: fotografias de Marcel Gautherot)

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